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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu indústria

Confederação da indústria quer política de governo para evitar desmantelamento do setor

Robson Andrade, presidente da entidade, quer recuperar peso da indústria no PIB e tentar reverter competição com asiáticos

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Brasília

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, defendeu para integrantes da equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que o setor precisa de uma política específica para tentar reverter o processo de desindustrialização. Sua principal bandeira é a recriação do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, extinto por Jair Bolsonaro.

Lula quer indicar Josué Gomes da Silva, hoje presidente da Fiesp, a federação das indústrias de São Paulo, para comandar a pasta. Nos bastidores, presidentes de empresas ligadas à CNI consideram que o cargo deverá ser ocupado por um político. Acreditam, no entanto, que Josué terá papel de avalista do indicado.

Atualmente, a indústria participa com 22% do PIB, e segundo a CNI, responde por 72% das exportações de bens e serviços. Os incentivos fiscais anuais são da ordem de R$ 33 bilhões.

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, durante evento do setor - 19.ago.2022-Carla Carniel/Reuters

O agronegócio, que, segundo diretores da CNI, depende da indústria para garantir sua produtividade, opera com R$ 51 bilhões em incentivos fiscais e o peso do segmento no PIB é de 27%.

A entidade defende que faltam medidas de estímulo e incentivo para que o país entre com o pé direito na era da indústria 4.0 —totalmente conectada à internet e automatizada.

Nas conversas, apresentaram os modelos anunciados por países da União Europeia, Japão, China, Coreia do Sul, dentre outros que preveem não só subsídios, mas políticas públicas para estimular o desenvolvimento de fábricas no país.

Inovação

Outro ponto destacado nas conversas com o time de Lula é a importância do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) no desenvolvimento de pesquisas de ponta para as empresas instaladas no país.

Assessores do presidente eleito afirmam que o Instituto de Tecnologia e Inovação do sistema Senai já faturaram quase R$ 2 bilhões com 1.930 projetos para o desenvolvimento de patentes e soluções de problemas da indústria. As empresas aportaram R$ 1,2 bilhão nesses projetos --um quarto desenvolvido em parceria com universidades e outros centros de pesquisa.

O grupo chinês CTG Brasil, dono da usina de Três Gargantas, é um dos casos de sucesso. A parceria, inicialmente movimenta R$ 24 milhões para pesquisas na área de armazenamento de energia em grande escala para uma economia de baixo carbono e produção de biocombustível.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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