Uma ala liderada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, se posicionou contrariamente à ideia em discussão no governo Lula 3 de trocar R$ 10 bilhões em multas aplicadas por empreiteiras investigadas pela Lava Jato por obras.
O plano, noticiado pelo Painel S.A., prevê que, em vez de depositarem as parcelas do acordo na conta da União, elas aplicariam esse recurso diretamente em obras de engenharia serem definidas pelo governo.
Com esses contratos, as construtoras poderiam até ir a bancos solicitar empréstimos. Hoje, o crédito delas é restrito e um dos fatores é, justamente, a falta de obras em seu portfolio.
O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, vem coordenado essas discussões. A ideia é colocar o advogado Vinicius Carvalho na chefia da Controladoria-Geral da União –responsável pelos acordos fechados no passado.
Carvalho foi presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão que mais utiliza a leniência como ferramenta de combate a cartéis em licitações.
A ala ligada a Gleisi defende que essa troca pode lesar estatais que sofreram danos. Relatos de quem participou das discussões indicam que, para esse grupo, a Petrobras, principal atingida pela Lava Jato, deixaria de receber recursos que, inclusive, estão atrelados a negociações feitas com investidores internacionais.
Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins, Fernanda Brigatti e Diego Felix
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