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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu transição de governo

Caminhoneiros querem ministro de Lula para abrir negociação

Líder da categoria pediu para que vice eleito, Geraldo Alckmin, interceda pela definição de ministro para que a categoria possa abrir diálogo

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São Paulo

Os caminhoneiros cobraram o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, pela definição do ministro que será responsável pelas negociações com a categoria. Na lista de reivindicações estão assuntos ainda não resolvidos e que levaram à paralisação de 2018.

"Precisamos saber quem será o ministro, se da Infraestrutura, ou a criação do Transporte. Assim que o nome for definido, vamos sentar e negociar", disse Wallace Landim, o Chorão, uma das principais lideranças do setor.

Entre as reclamações estão os preços elevados do diesel, a tabela do frete, a segurança contra roubos nas estradas, e o baixo crescimento da economia.

Landim afirmou à coluna ter conversado por telefone com Alckmin. Segundo ele, o chefe da transição disse que o governo eleito quer "pacificação" e nada de "queda de braço".

"Depois da greve de 2018 as coisas não avançaram. Precisamos avançar no próximo governo", disse.

Caminhoneiros parados em protesto na BR-116, sentido São Paulo
Caminhoneiros parados em protesto na BR-116, sentido São Paulo - Eduardo Anizelli - 31.out.2022/Folhapress

Entre os temas no radar da categoria está o fim do PPI (preço de paridade de importação), política de preços adotada pela Petrobras atrelada aos valores internacionais do petróleo —e que, na ponta, encarece o diesel que move os caminhões.

À época da greve, o combustível custava em média R$ 3,76, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Na semana passada, era R$ 6,55.

Chorão pede também a análise do marco regulatório do transporte de cargas, estacionado no Senado desde 2018, e mais políticas de segurança e proteção dos trabalhadores nas estradas.

Segundo ele, Bolsonaro foi eleito prometendo ajuda aos motoristas, porém a relação foi de amor e ódio no período. Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura e hoje governador eleito de São Paulo, era o responsável por negociar com o setor. Contudo, a relação foi se desgastando conforme a crise econômica no país avançou.

Economia é temor para caminhoneiros

Uma pesquisa da Fretebras, plataforma que reúne 750 mil caminhoneiros e 18 mil empresas de frete, apontou que a maior preocupação dos motoristas para o ano que vem é a economia.

No levantamento, cerca de mil trabalhadores escolheram a economia como preocupação (21% dos entrevistados). Incertezas com relação a inflação, os conflitos internacionais pesando nos combustíveis e os problemas domésticos foram indicados como o maior problema a ser driblado no próximo ano.

Outros temas também pesaram: aumento da segurança nas estradas, redução da burocracia, melhorias na infraestrutura e suporte para a saúde.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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