As indicações para o comando do Ministério do Planejamento voltaram à estaca zero e, segundo interlocutores próximos a Lula , a escolha agora caberá a Fernando Haddad, confirmado como ministro da Fazenda.
A decisão partiu do próprio presidente eleito diante das resistências aos nomes apresentados até esta sexta-feira (9). A última tentativa foi Carla Abrão, ex-secretária de Fazenda de Goiás. Ela foi casada com o economista Persio Arida, nome preferido de Lula.
Lula continua insistindo com Arida no Planejamento, mas o economista não topa. Diz que não quer cargo no governo. Segundo amigos, ele teria aceitado a Fazenda.
Outro nome da preferência de Lula, André Lara Resende, encontrou resistência interna e entre alguns banqueiros com quem o presidente eleito vem conversando que também fizeram objeções a uma eventual dobradinha entre ele e Haddad na Fazenda
Também fracassou a ideia de Aloizio Mercadante (PT) de dividir o Planejamento em dois: um voltado para as questões de curto prazo e, outro, aos projetos de longo prazo —e que teria o próprio Mercadante na chefia.
Com a nova situação, ganhou força Gabriel Galípolo, que vinha sendo cotado para o comando do BNDES.
Ciumeira
O entorno de Lula avisou ao PIB que ele não tem a menor intenção de se afastar do empresariado ou de qualquer ator "político ou econômico" relevante. O presidente eleito diz a seus assessores que vai formar um governo de coalizão e, para isso, contará com todos para conduzir seu plano de retomada.
O recado é uma reação a versões que se espalham de que, após a posse, o presidente eleito dará as costas ao mercado. Para minimizar reações negativas a Haddad, o presidente escalou André Esteves, dono do BTG Pactual. A aproximação do banqueiro com o petista gerou ciúme do empresariado, que disputa a atenção do futuro mandatário.
Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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