O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) enviou um ofício, nesta terça-feira (7), ao diretor da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Paulo Rebello, questionado a fusão entre a Rede D’Or e a SulAmérica.

Um dos integrantes da campanha de Lula e figura frequente no governo de transição, Rodrigues quer explicações sobre a base normativa usada pela agência para permitir a operação.

O caso, na verdade, está parado com uma decisão contrária ao negócio.

No documento, obtido pelo Painel S.A., o senador perguntou para a ANS se o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) participou da análise do caso.

O órgão aprovou a operação sem restrições por não ter identificado concentração, porque a SulAmérica vende planos de saúde e a Qualicorp, outra empresa do grupo econômico da Rede D'Or (compradora da SulAmérica), atua na administração de seguradoras de saúde.

Para Rodrigues, no entanto, a operação seria uma conduta anticoncorrencial abusiva, que levaria o consumidor a escolher entre "comer ou pagar um plano privado de saúde".

"Tem-se a verticalização máxima, na medida em que a mesma operadora que vende planos de saúde será aquela que os administrará e também aquela detentora das estruturas para a prestação dos serviços necessários", diz o senador na carta.

Procurado, o senador não responderam até a publicação desta nota.

A ANS disse à coluna que até o momento não recebeu o ofício do senador. "O pedido de fusão da Rede D’Or e da operadora SulAmérica segue em processo sigiloso, em razão de imposição legal. O tema não foi votado pela diretoria colegiada da Agência, portanto, não cabe falar em permissão concedida pela ANS", disse a agência em nota.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix