Bancos de investimento com posições relevantes em empresas de saúde fizeram as contas e descobriram que o retorno para companhias que se instalaram em Brasília é um dos piores do mercado.
A capital federal já foi vista como uma das principais praças na área, tendo atraído, por exemplo, Sírio Libanês e DF Star.
O Grupo Kora, por exemplo, investiu R$ 1,5 bilhão na compra do hospital Anchieta. Hoje, o negócio vale pouco mais de R$ 700 milhões, menos da metade do que investiu, segundo relatório de um dos bancos consultados.
O Grupo Santa (maior rede hospitalar do Centro-Oeste), por sua vez, procura investidores há mais de um ano. A Bradesco Saúde negocia há meses a compra de hospitais do grupo, mas o martelo ainda não foi batido.
Brasília atraía investimentos em saúde com planos de autogestão (padrão elevado) para atender órgãos do setor público, mas as autogestões têm glosa (não pagamento de algum item da conta hospitalar do paciente, seja por motivos técnicos ou administrativos) e inadimplência elevadas, e não vêm recompondo perdas com a inflação.
Tudo isso tem desestimulado investimentos de operadoras e prestadores de serviço em saúde na capital federal.
Sírio e a Rede D´Or, por exemplo, têm trabalhado com margens muito menores que as de outras praças e a conversão do Ebitda (lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações) em caixa na capital federal é a menor do Brasil.
Procurados, o Grupo Kora e a Rede D´Or não quiseram comentar. O Grupo Santa não respondeu até a publicação desta matéria.
Com Diego Felix
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