O presidente do partido Avante, Luis Tibé, indicou Henrique Felipe Lucas para a presidência da Cateno, empresa de pagamentos que tem como sócios o Banco do Brasil (30% de participação) e a Cielo (70%).
Assessores do Planalto afirmam que o nome foi submetido ao crivo da Casa Civil. Tibé é um aliado no Congresso e chegou a viajar com o presidente Lula para a China.
A Cateno é considerada uma mina de ouro. Lucrou R$ 1 bilhão no ano passado com a gestão de meios de pagamento. Cuida, por exemplo, da divisão de cartões do BB.
Tibé pretende se aproveitar da onda anti-Bolsonaro no governo para estimular a substituição do atual presidente da Cateno, Luis Felipe Monteiro, tido como pupilo do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
Monteiro, no entanto, é técnico concursado e atuou no governo da ex-presidente Dilma Rousseff no Ministério das Comunicações e, na gestão Michel Temer.
No entanto, seu afilhado político enfrenta resistências. Apesar de ter experiência na área de pagamentos (ele é dono de uma empresa chamada CDC Card), foi punido pela CVM que, em 2018, o afastou por um ano e meio do comando de empresas abertas por irregularidades na sua gestão à frente da Eletrosom.
Voltou ao mercado após a sanção, ocupando uma posição executiva no banco Semear. Em 2020, foi alvo de um processo do Banco Central pela cobrança indevida de tarifas de cadastro de clientes para pessoas que já tinham relacionamento com o banco. Teve de pagar multa novamente.
Em comunicado recente, o BB informou que as indicações na Cateno são de competência da Cielo. Ao banco estatal cabe poder de veto.
Procurados, Tibé e Henrique Felipe Lucas não responderam até a publicação desta nota.
Com Diego Felix
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