Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu petrobras União Europeia

Visita de Macron ao Brasil selará acordo no gás que pressiona Petrobras

Projetos de estocagem serão viabilizados, forçando oferta pela estatal; hoje, o gás é reinjetado nos campos de petróleo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

A viagem oficial do presidente da França, Emmanuel Macron, ao Brasil em março prevê a assinatura de um acordo de cooperação na área de estocagem de gás natural entre os dois países. O primeiro projeto resultante do acordo será uma parceria entre a Origem Energia e Engie.

Para assessores do Planalto, o documento, que será assinado pelos dois presidentes, cria uma situação para a Petrobras, que resiste a ampliar a oferta do gás a preços competitivos.

Também colabora em favor do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na disputa de forças com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O gás tornou-se o novo polo de atritos entre ambos, ainda segundo assessores.

Em montagem, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (esq.), e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates - 22.06.2023-Pedro Ladeira/Folhapress) e Tânia Rêgo/Agência Brasil

Atualmente, a extração do gás natural é um problema para as petroleiras do mundo. O insumo é extraído dos campos junto com o petróleo, mas são separados e o gás é reinjetado.

Isso porque ainda não há infraestrutura suficiente para que o insumo seja distribuído pelo país –o que requer investimentos bilionários.

Hoje, a Petrobras afirma que o problema do gás é a falta de demanda, que faz o preço ser elevado.

Com a parceria, Silveira quer criar a demanda com os chamados Projetos de Estocagem Subterrânea. Com isso, criará um constrangimento na Petrobras, para que ela amplie a produção de gás na bacia de Sergipe, onde estará o primeiro projeto da parceria com a França.

Na avaliação da pasta, essa possibilidade vai baixar preços, garantir mais insumos para a indústria e cumprir as metas ambientais internacionais de redução de emissões de carbono. Ela dará também mais segurança energética, principalmente nos períodos de seca, que levam variações de oferta e demanda.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já se pronunciou publicamente sobre a ampliação da oferta de gás.

Técnicos do governo afirmam que a indústria química opera com 70% de ociosidade por falta de gás. Eles também informam que a mineradora Vale já envia o minério para ser beneficiado em Omã e no golfo do México, porque o preço do gás é mais baixo do que no Brasil.

Com os projetos que devem surgir com o acordo de cooperação, estima-se que o preço deve cair de US$ 14 para US$ 8 por MMBTU (milhão de BTU, unidade de energia necessária para elevar a temperatura da água em 17 graus Celsius).

O presidente da Petrobras já afirmou publicamente que a empresa não tem interesse em sonegar o gás para a sociedade.

Com Diego Felix

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.