Os brasileiros destinaram R$ 465 milhões (84 milhões de euros) em aplicações financeiras em troca de vistos de residência em Portugal. Os brasileiros só perdem para os chineses (R$ 2 bilhões).
Com esse dinheiro já dava para cobrir todos os gastos previstos pelo governo com as políticas de inclusão racial neste ano.
É o que mostram os dados mais recentes do governo português após pouco mais de um ano da nova política de vistos para residentes.
Em março de 2023, o governo português mudou as contrapartidas para o visto.
Em vez da compra de um imóvel, o governo optou por exigir aplicações financeiras no país de, no mínimo, R$ 2,8 milhões (500 mil euros).
A troca ocorreu devido à insatisfação de portugueses pela explosão do preço dos imóveis diante de tanta procura.
Desde então, o mercado financeiro local esquentou, atraindo cerca de R$ 5,5 bilhões (900 milhões de euros), somente até o fim do ano passado.
A maior parte dos recursos ingressou no país por meio de fundos multimercados ou FIP (Fundos de Investimento em Participações).
A única exigência de Portugal é a de que, ao menos, 60% sejam aplicados em ativos de empresas portuguesas.
Entre janeiro e abril deste ano, a gestora Heed Capital, por exemplo, viu triplicar a consulta de brasileiros por seus investimentos em troca de visto. Hoje, ela administra uma carteira de R$ 126 milhões (22,7 milhões de euros).
"Temos observado um crescimento grande nos últimos meses de brasileiros em busca do visto por meio de fundos multimercados e FIP", disse Gustavo Caiuby, diretor da Heed, em Lisboa.
"O visto pode ser extensivo a família inteira. Com o visto de residência, o processo de obtenção da cidadania é muito facilitado."
Com Diego Felix
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