Pedro Diniz

Jornalista com formação em comunicação audiovisual pela Universidade de Salamanca (Espanha).

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Pedro Diniz
Descrição de chapéu Moda

Grupo Morena Rosa negocia compra da Iódice e já produz coleção da marca

Sem perspectiva de crescimento, grife de Valdemar Iódice estaria comprando peças prontas dos Estados Unidos

​O grupo paranaense Morena Rosa acaba de fechar um acordo para a compra da grife paulista Iódice. Duas fontes que trabalham na empresa do estilista Valdemar Iódice confirmam a negociação, ainda mantida em segredo, que deve ser concretizada no primeiro semestre de 2019.

Trata-se do negócio de moda mais importante desde a aquisição da Bobstore pelo grupo InBrands (Ellus e Richards), em 2012, e a da Dudalina pela Restoque (Le Lis Blanc e John John John), em 2014. A crise no varejo e as turbulências políticas esfriaram o ambiente de corrida por esse tipo associação iniciada pela indústria no final da década passada.

O cenário é propício. De um lado, um grupo faminto por diversificar o portfólio como é o Morena Rosa, que apesar dos investimentos em marcas próprias ainda não conseguiu alcançar um segmento de moda “premium” autoral, e do outro, uma etiqueta consolidada como símbolo de luxo mas que devido à crise perdeu a capacidade de investir em si mesma.

Os primeiros sinais de que a Iódice enfrenta problemas foi a desistência dos desfiles na São Paulo Fashion Week, plataforma que a marca utilizava como principal vetor de publicidade. Após um hiato de duas temporadas, a grife comemorou os 30 anos com uma apresentação no Palácio Tangará, em 2017, mas não voltou à passarela desde então.

A reportagem apurou que, para baratear custos de produção, a etiqueta estaria comprando peças prontas em esquema de “private label” de empresas americanas, com design exclusivo mas com acabamento feito inteiramente na Ásia.

Tanto o grupo de Cianorte, município a 501 km de Curitiba, quanto a Iódice negaram a compra. Ambas, porém, caíram em contradição quando tentaram explicar a aproximação entre as empresas.

Em comunicado, a Morena Rosa explicou que “existe uma conversa sobre um possível licenciamento para o desenvolvimento da coleção de verão da Iódice”, que, ao contrário do grupo, cravou em outro comunicado que esse negócio foi fechado no dia 3 de dezembro.

Procurado, o CEO da Morena Rosa, Lucas Franzato, não quis dar entrevista alegando que seria cedo para comentar o assunto. A coluna entrou em contato com Valdemar Iódice, que confirmou uma entrevista por telefone, posteriormente vetada por sua assessoria.


 

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.