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Por que cortar a meta de inflação?

Economia brasileira enfrenta alto risco de tempestades

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Quando um navio atravessa uma tempestade, os solavancos provocam enjoos nos passageiros desacostumados com as agruras do oceano, mas a tripulação deve se manter firme para conduzir a embarcação para águas mais tranquilas.
 
Para evitar o pânico, o capitão pode se pronunciar pelos alto-falantes, assegurando aos passageiros que a tempestade passará e, no dia seguinte, o café da manhã será servido no horário de sempre.

A economia brasileira enfrenta no momento alto risco de tempestades. 

Quando o governo Temer começou, em 2016, havia um diagnóstico claro de que a dívida pública estava em uma trajetória insustentável e um ajuste fiscal era necessário para que pudéssemos evitar a inflação fora de controle e termos recursos para saúde, educação e segurança pública no futuro.

A maioria dos especialistas concorda sobre a forma de fazer esse ajuste: ele deve consistir em um corte vigoroso nos gastos com aposentadorias e pensões, pontos em que o Brasil mais gasta em comparação com outros países. A partir desse diagnóstico, o governo se propôs a aprovar um teto para os gastos públicos e fazer uma reforma da Previdência.
 
Infelizmente, trovoadas ocorreram. O governo obteve sucesso na aprovação do teto dos gastos, mas uma sequência de escândalos tolheu sua legitimidade e impediu que a reforma da Previdência progredisse.
 
Agora estamos esperando o resultado das eleições presidenciais. Em nosso barco, recolhemos as velas e avisamos aos passageiros que o convés vai estar fechado. Alguns candidatos com chances de ganhar as eleições não têm compromisso com o ajuste das contas fiscais. Há até candidato que nega a existência de problemas. Os instrumentos meteorológicos em nosso navio apontam grandes riscos à frente.
 
Neste momento, precisamos de uma voz segura que apresente um plano e nos guie com confiança para longe do pânico.
 
Semana passada, esse foi o contexto da decisão do Banco Central de fixar uma meta de inflação mais baixa, de 3,75%, para 2021. Teremos as eleições, não sabemos quem será nosso próximo presidente, mas a máquina do Estado vai continuar trabalhando para manter a inflação em um nível baixo. É uma meta ambiciosa, há dúvidas se pode ser alcançada se o governo se recusar a fazer o ajuste fiscal necessário. Mas é preciso evitar o pânico.
 
A vida continua, e pode até melhorar. O capitão do navio está preparado. Serão servidos brioches no café amanhã. Que a tempestade não venha!

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