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Semana do Investidor mostra que quem não diversifica carteira corre risco

Longo prazo e diversificação são as regras de ouro para as pessoas físicas

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Na semana passada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a B3 realizaram a Semana do Investidor. Nesse evento ocorreram apresentações de gente do mercado e acadêmicos, com conteúdo para diferentes perfis de investidores.

Uma das apresentações foi do professor do Insper Marco Antônio Bonomo. Para começar, Bonomo enfatizou a importância do mercado de ações para o bom funcionamento da economia e também para os investidores pessoa física –como forma de melhorar o retorno médio de suas carteiras no longo prazo.

Contou também que a participação do mercado acionário na economia no Brasil é ainda relativamente pequena, sendo o equivalente a um terço da americana (em 2020, 64% vs. 194% do PIB).

A partir daí, apresentou alguns números sobre a atuação das pessoas físicas na Bolsa, divulgados pela B3. De 2016 para cá, o número de pessoas que compra e vende ações diretamente de seus home brokers saiu de 500 mil e foi para 3,3 milhões. As pessoas físicas detêm hoje 16% do mercado e são responsáveis por 26% de seu volume –ou seja, proporcionalmente, giram suas carteiras mais do que os outros investidores. O investidor pessoa física mediano tem um saldo na Bolsa de R$ 8.000 e diversifica pouco: 73% dos investidores com saldo de até R$ 10 mil têm menos do que cinco ações diferentes em sua carteira.

Bonomo então apresentou alguns gráficos sobre como a baixa diversificação é prejudicial aos investidores. Uma carteira com três ações, por exemplo, tem volatilidade média de 30% ao ano. Já uma carteira com quinze ações tem volatilidade média de 20% ao ano.

O investidor que não diversifica está fazendo uma grande burrada. Está correndo risco à toa. Quem define o preço das ações são os grandes investidores que, esses sim, diversificam. Por diversificarem, esses investidores não correm os riscos específicos de cada empresa, os chamados riscos idiossincráticos.

Assim, os preços das ações não refletem esses riscos. Os seja, quem não diversifica está correndo um risco que, em média, não se traduz em retorno.

Longo prazo e diversificação são as regras de ouro para as pessoas físicas que querem investir diretamente em ações. Qualquer outra coisa é bobagem. Serve só para encher os bolsos no curto prazo de quem ganha com corretagem e emolumentos (isto é, as corretoras e a B3) e de vendedores de fórmulas mágicas.

Bruno Giovannetti (professor da Escola de Economia da FGV e Ph.D. pela Universidade Columbia) e equipe do Por Quê?

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