Número de pessoas físicas na Bolsa cresce 45,5% em um ano, para 3,2 mi de CPFs

B3 registra R$ 500 bi em investimentos dessas pessoas, 26% do total

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira atingiu 3,2 milhões de investidores pessoa física em junho deste ano, uma alta de 45,5% em relação ao número de CPFs registrados em igual período de 2020. No total, esses investidores alocam R$ 545 bilhões no mercado de capitais do país –avanço de 54,8% na mesma relação.

Esses investidores correspondem a mais de um quarto (26%) do volume de negociações na Bolsa. O levantamento da B3 aponta, ainda, que esses alocadores também têm buscado uma maior diversificação: um a cada dois investidores possui mais de cinco ativos na carteira –considerando diferentes tipos de ações (ordinárias, preferenciais ou units), ETFs (fundos de índices), fundos imobiliários, entre outros.

As ações ordinárias são as ações que dão direito a voto e participação nas decisões da companhia, enquanto as preferenciais são as que têm preferência no recebimento de proventos, mas não dão direito a voto.

Possibilidade de entrar na Bolsa com investimentos de entrada menores tem atraído pessoas físicas para o mercado de capitais
Possibilidade de entrar na Bolsa com investimentos de entrada menores tem atraído pessoas físicas para o mercado de capitais - Gabriel Cabral - 27.fev.2019/Folhapress

Já as units são “pacotes” compostos por mais de uma classe de ativo –podem ser formados por ações ordinárias, preferenciais e bônus de subscrição (títulos que dão ao acionista a oportunidade de manter o mesmo nível de participação no negócio no caso de futuras emissões).

O levantamento da B3 aponta que em junho de 2021 pelo menos 80% dos investidores pessoa física possuíam mais de um ativo na carteira –contra 41% em 2016.

Segundo o superintendente de relacionamento com pessoa física da B3, Vinicius Brancher, um ponto importante a ser destacado é que a safra de novos entrantes tem continuado mais tempo no mercado de capitais do que as safras anteriores.

“Antes, os novos entrantes apresentavam uma quebra [saída] de 30% na média depois de seis meses da primeira aplicação. Esse número caiu para 20% entre 2019 e 2020. Esses números demonstram uma evolução e mostram que o novo entrante conhece mais o que está fazendo e tem uma maior visão de médio e longo prazo para alocação em renda variável”, disse.

O maior conhecimento dos investidores sobre o mercado de capitais e a quebra de crenças antigas sobre o segmento –como o mito de que para começar a investir é preciso ter muito dinheiro– também contribuíram para a maior entrada de pessoas físicas na Bolsa de Valores.

“O brasileiro está investindo pouco, às vezes até experimentando. Ele começa com R$ 300 e depois amplia tanto o patrimônio investido como a quantidade de produtos. Em junho foi o menor valor na história em relação à entrada de investimentos”, afirmou o diretor de relacionamento com clientes e pessoa física da B3, Felipe Paiva.

Em junho, a mediana dos valores para o primeiro investimento feito por pessoas físicas ficou em R$ 352 –contra cerca de R$ 1.600 no primeiro semestre do ano passado. No total do mês, 42% dos entrantes investiram até R$ 200. Mais da metade (64%) alocou até R$ 1.000.

Na média, as pessoas físicas têm uma posição de R$ 10 mil na Bolsa de Valores.

Para Paiva, a expectativa é que o número de investidores pessoa física na Bolsa ainda cresça ao longo deste ano. “Nós não projetamos mais, mas o nível de penetração deve ser alto. O Brasil ainda tem uma concentração de renda muito grande, com mais de 20 milhões de pessoas que têm mais de R$ 5.000 na poupança, por exemplo. Temos um potencial de crescimento importante no país”, disse.

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