Preto Zezé

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

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O Brasil de Ludmilla

Show da artista no Rock in Rio teve várias mensagens, emoção e muita potência

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Show da cantora Ludmilla no palco Sunset, no último dia da edição 2022 do festival Rock in Rio, no Parque Olímpico, zona oeste do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 11.set.22/Folhapress

Domingo foi meu último dia de Rock in Rio, que teve um encerramento histórico, como não podia deixar de ser, com o show de Ludmilla cheio de mensagens, emoção e muita potência.

Ludmilla Oliveira da Silva —mais conhecida como Ludmilla e, anteriormente, como MC Beyoncé— é cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, empresária brasileira, mulher preta, lésbica e cria de favela da Baixada Fluminense.

No domingo ela mostrou ao mundo, no palco pilotado por Zé Ricardo, sua dinâmica de ir do funk ao trap, do pagode ao afrobeat. Com uma rajada de hits, trazendo sua trajetória, história e memórias de lutas e de glórias, nos presenteou com uma performance que encantou artistas, atletas e personalidade que assistiam a umas das maiores da música popular brasileira.

O público estava frenético, hipnotizado. As músicas eram cantadas com entusiasmo e uma energia contagiante que a multidão fazia ecoar longe. A rainha da favela entregou tudo e mais um pouco.

A emoção tomou conta em vários momentos: quando Lud apresentou no telão sua mãe, Silvana, quando relembrou os momentos que quase a fizeram desistir e as dores com o racismo que a ataca, quase sempre tentando invalidar seu talento e impossibilitar sua existência.

Lud, amorosa como é, trouxe sua companheira ao palco na hora de "Maldivas". Mas, além de amor, com generosidade ela colocou a mesa no palco, num verdadeiro banquete de talentos e a presença ilustre de mulheres pretas de várias gerações, como as gêmeas Tasha e Tracie, a mais jovem delas, MC Soffia, Majur e a lendária Tati Quebra Barraco. No céu de Ludmilla há espaços para brilhos de muitas estrelas.

Emocionada e com olhos marejados, ela cantou de tudo com maestria. Sua versatilidade brilhou quando ela trouxe seu lado pagodeira com clássicos do "Numanice", fazendo transbordar afeto e muito amor na arena lotada do Rock in Rio.

Em números, Ludmilla é umas das mais ouvidas no Spotify, indicada três vezes ao Latin American Music Awards.

A rainha da favela não esquece suas origens e faz questão de trazer temas importantes para sua musicalidade.

O Palco Sunset se tornou o grande espaço de experimentação e fortalecimento de protagonismo, criatividade e inovação da música brasileira. Completa-se com o palco Mundo com grandes nomes da música internacional.

Acompanhando os três palcos —Sunset, Favela e Mundo—, tive a honra e o privilégio de testemunhar e me emocionar com uma produção 100% brasileira, que apresentou um Brasil inclusivo, plural, diverso, com muitas cores, classes e sotaques cantando em alto e bom tom essa ópera democrática.

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