Preto Zezé

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

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Preto Zezé
Descrição de chapéu yanomami

No front em Roraima

Atendendo à Cufa Roraima, fomos ajudar a enfrentar a crise humanitária

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A Cufa Brasil, juntamente com a Frente Nacional Antirracista (FNA), desembarcou em Boa Vista atendendo ao chamado da Cufa Roraima, que já desenvolve ações sociais no estado há mais de dez anos, para auxiliar no enfrentamento à fome e à crise humanitária.

A comitiva foi formada por Celso Athayde, fundador da Cufa, a minha copresidente paraibana, Kalyne Lima, além do presidente da Cufa Bahia e coordenador-geral de logística, Márcio Lima.

Como sempre fazemos, estabelecemos um diálogo e realizamos pesquisa de campo com diversos atores, como Funai, governo de Roraima e Prefeitura de Boa Vista, além de lideranças indígenas e profissionais que assistem a população.

Com um profissional da Funai, voamos até a Terra Indígena Yanomami. Nossa equipe visitou o polo de referência em saúde indígena, na base de Surucucu, onde identificamos diversas vulnerabilidades.

Dialogamos com muitas lideranças indígenas. Em algumas comunidades mais próximas a Boa Vista encontramos povos mais integrados à sociedade. Já nas mais distantes, um choque de realidade: uma grave crise sanitária se faz presente.

Nesses territórios, identificamos necessidades e viabilizamos a entrega de alimentos, incluindo itens que compõem o cardápio nutricional indígena. Nas aldeias, distribuímos tecnologia de tratamento de água em parceria com o projeto Água Camelo, que promove, de maneira simples e didática, o tratamento de água potável de forma manual.

Firmamos com a Funai uma parceria permanente, com o início do envio de itens emergenciais, como máquinas de lavar, sandálias para crianças de 3 a 15 anos e alimentos, que serão entregues de forma continuada. A previsão é de um repasse total de cem toneladas, que devem ser distribuídas em territórios e instituições indicados pela Funai.

Acreditamos que o Estado brasileiro deve ser protagonista da mudança nesta região e em outras situações, pois não temos a pretensão nem condições de substituí-lo.

Diante dos deságios a curto e médio prazo, encaminhamos junto a Cufa Roraima a campanha #FavelascomYanomami, que consiste na arrecadação, durante 30 dias, de R$ 3 milhões —a intenção é viabilizar duas unidades de saúde. A primeira tem data de início de construção prevista para 1° de março, e a segunda ainda será definida pela Funai.

Todos os esforços são decorrentes de uma situação calamitosa. Mas eles serão em vão se o Estado não chegar junto e assumir suas responsabilidades. Porque, como diz o mestre Celso Athayde, não temos a pretensão de fazer o papel do governo, mas também não podemos ficar de braços cruzados quando o governo não faz um papel que deveria ser seu.

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