Preto Zezé

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Preto Zezé
Descrição de chapéu machismo

Eleitores e consumidores ampliam capacidade de intervir na sociedade

Cada grupo se articula como pode e dentro dos limites, possibilidades e estratégias que cada agenda demanda

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Agendas de mulheres, LGBTQIA+, pessoas pretas e, mais recentemente, povos originários, colados na questão ambiental, conseguiram ocupar o espaço do debate público nacional e internacionalmente.
Cada grupo vai se articulando como pode e dentro dos limites, possibilidades e estratégias que cada agenda demanda, vão ampliando sua capacidade de intervir na realidade.

Tanto para governos como para empresas, essas agendas estão batendo à porta, o que reflete um avanço nas lutas e, por outro lado, a evolução da consciência da sociedade em relação a temas que eram invisíveis.

Hoje existe um consumidor que quer se ver representado, seja na propaganda de uma marca, seja na associação de um produto, ou até na prestação de um serviço. Uma consciência cada vez maior que quer saber quais as relações trabalhistas e as condições laborais de quem está envolvido na cadeia de produção e como aquilo afeta positiva ou negativamente o meio ambiente.

Do ponto de vista político, essas agendas, como nunca, ganham eco e peso. A representatividade adiciona ativos políticos importantes, tornando essas pautas incontornáveis, já que, se olharmos o peso eleitoral, mulheres, pretos e pobres definiram a eleição que deu vitória à chapa Lula/Alckmin, que agora terão que governar levando em conta as demandas desses grupos, bem como a representatividade na elaboração das políticas e presença na gestão.

No mercado, como é mais dinâmico, salvo os erros e ainda a falta de aderência mais expressiva, essas pautas já começam a avançar mais rápido, empresas instalam seus conselhos, começam a implementar treinamentos para garantir a ascensão de pessoas pretas, outras definem a participação mais efetiva de mulheres em cargos de direção, e o ESG configurou essa mudança de comportamento para posicionar as empresas num lugar de um valor de mercado maior. Hoje já temos, inclusive, como avaliar os impactos em algumas empresas nessas decisões que não podem ser resumidas a mera ideia de representatividade.

Do ponto de vista do poder público e no meio político, ainda existem resistências e incompreensões. Inteligente será quem conseguir equilibrar essa relação e conseguir construir um ambiente onde esses ativos de inteligência, representatividade e potencial inovador e político possam ser adicionados à gestão pública.

O desafio é que homens e brancos ainda são majoritariamente os que decidem nesses espaços políticos e empresariais. Eles não compreendem essas demandas por não terem ligação direta com estas pautas, mas suas empresas e governos não conseguirão dialogar com o novo Brasil se não se debruçarem sobre essas agendas.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.