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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Futebol Internacional

Aos poucos, o futebol pode ter a chance de voltar ao normal

Haverá chance de contágio enquanto não houver vacina; a ideia é minimizar o risco

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É difícil encontrar uma boa fotografia do estádio Signal Iduna Park vazio. Suas grandes imagens incluem a torcida do Borussia Dortmund, a que mais lota arquibancadas no planeta. A observação é de Rory Smith, em texto do The New York Times em 17 de abril.

Enquanto muita gente no mundo inteiro estranhava a Alemanha abrir os treinos, quando era a sexta nação com maior número de mortes por Covid-19 no mundo, Rory Smith advertiu: “Futebol sem público não é nada, até o dia em que é tudo".

Os alemães voltaram a disputar partidas num dia em que foram registradas 33 mortes no país. No Brasil, houve 816 no mesmo sábado (16). Só conseguiram por causa de protocolo rigoroso e porque os treinos se iniciaram em grupos de 2 a 4 jogadores, quando só eles acreditaram que isso serviria para antecipar o retorno.

Um passo por vez. O futebol hoje é como uma criança de um ano que aprende a andar.

No sábado, houve gente imaginando que o abraço da comemoração dos gols poderia ser liberado. As mesmas pessoas julgavam que não era hora de voltar a jogar.

O Hertha comemorou o golaço de Matheus Cunha quebrando o protocolo, o lateral Guerreiro saiu de campo flagrado com um cuspe, Hummels assoou o nariz dentro do gramado... É recomendável que não se faça nada disso ainda. É fundamental que nenhum jogador se contamine.

Vai haver chance de contágio enquanto não houver vacina. A ideia é minimizar o risco.

Nos primeiros sete jogos, a Bundesliga indicou que está conseguindo, embora seja importante observar jogo a jogo, dia após dia. Foi surpreendente o Borussia Dortmund, o Freiburg, o Leipzig e o Borussia Mönchengladbach não demonstrarem ritmo muito mais lento.

Seria natural ver disputas mais espaçadas, menos disputas acirradas. Não foi assim. Não tanto. O Borussia Dortmund não foi instigado por sua fanática torcida, mas pela necessidade de alcançar o Bayern, na tabela.

Manteve o sistema de três zagueiros em sanfona, em que o 3-4-3 atacando se transforma em 5-4-1 quando defende. Usou o meia Brandt entre as linhas e destruiu a defesa do Schalke.

No maior clássico da Alemanha, o Dortmund goleou seu rival pelo maior placar a seu favor desde 1966. Evidente que houve quem visse a apatia do Schalke como razão da goleada. É uma forma de enxergar.

A força do Dortmund pareceu mais decisiva para a maneira como o jogo aconteceu. Até mesmo porque foi o único mandante a vencer, o que pode indicar que a ausência de torcida tenha sido ingrediente para equilibrar jogos e premiar visitantes. É uma hipótese apenas. Vale lembrar que na sexta rodada, em setembro, nenhum mandante ganhou. E havia torcida.

Pavard (camisa 5) abraça Alaba na comemoração do seu gol pelo Bayern de Munique - Hanninal Hanschke 17.mai.2020/AFP

Diferentemente do Borussia Dortmund, que usou três zagueiros, o Bayern entrou em campo em Berlim com linha de quatro defensores, dois volantes —Kimmich e Thiago Alcântara— e três jogadores atrás do centroavante Lewandowski —Thomas Muller, Goretzka e Gnabry.

Líder com quatro pontos de vantagem sobre o Dortmund, o Bayern teve a atuação mais lenta e sofrida das cinco partidas transmitidas ao vivo neste final de semana. Teve dificuldade para furar o sistema do Union Berlim, postado com linha de cinco defensores. Marcou de pênalti com Lewandowski e Pavard fez 2 a 0.

Há um ano, o campeonato alemão terminava como Bayern heptacampeão em 18 de maio de 2019.

Nesta segunda (18), a rodada do renascimento se fecha com Werder Bremen e Bayer Leverkusen.

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