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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Libertadores

Flamengo campeão é fracasso da marcação individual

Talvez seja mais fácil parar o time com marcação por zona, tipo Real Madrid, em provável encontro no Mundial

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Marcar homem a homem e até mesmo zona por encaixe, como se faz no Brasil, está cada vez mais em desuso no futebol mundial. Em vez disso, o estilo é por zona. Para marcar, a referência é a bola e a defesa balança de acordo com o lugar e o movimento produzido pelo time adversário, para que o esférico saia de um lado para o outro do campo.

Felipão é eterno discípulo das perseguições individuais. Fez com que sua tática funcionasse até os 43 minutos do primeiro tempo, quando o zagueiro Pedro Henrique foi expulso, por falta cometida sobre Ayrton Lucas. Justamente num trabalho de cobertura realizado no lateral, substituto de Filipe Luís, perseguido pelo lateral Khelven, que havia se deslocado para marcar a faixa central.

Desencaixar uma marcação que tenta se manter encaixada por todo o tempo é fácil. Já dizia Gentil Cardoso que quem desloca recebe, quem pede tem preferência, e isso faz cada adversário correr atrás sem encontrar seu marcador.

O zagueiro Pedro Henrique tinha a missão de parar o atacante Pedro, mas acabou expulso ainda no primeiro tempo da decisão em Guayaquil - Luis Acosta/AFP

O Flamengo não é o time mais moderno do mundo. O futebol doméstico da América do Sul ainda não consegue ter equipes tão equilibradas coletivamente, como se vê na Europa.

Por isso, a equipe de Dorival Júnior depende demais de seu talento individual, falta um pouco de trabalho coletivo. É ainda o deficit do futebol brasileiro, que acredita mais no gênio do que no trabalho, mais no repente genial do que no trabalho de longo prazo.

Mesmo assim, é quase impossível marcar Gabriel, Pedro, De Arrascaeta e Éverton Ribeiro, a maior quantidade de talento reunida na América do Sul.

Os 11 titulares campeões da Libertadores se reuniram num início de jogo pela 13ª vez. São agora nove vitórias, três empates e uma derrota. Eram quatro jogos seguidos sem vencer, derrota para o Fluminense, empates com Internacional e, duas vezes, com Corinthians.

Nenhuma dessas partidas com a tensão da finalíssima da Libertadores. E nem o Athletico havia enfrentado uma equipe tão brilhante antes.

Incrível como essas formações históricas jogam poucas vezes. O time de 1981, de Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico, disputou apenas quatro partidas com os 11 reunidos, três vitórias e uma derrota. A equipe de Jorge Jesus, de Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão, Gérson, Éverton Ribeiro e De Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol, disputou oito jogos, com um empate e um revés.

A atual, nova campeã da Libertadores, reuniu-se por 13 vezes, com nove vitórias. Entrará para sempre nos livros, para nos recordarmos de seu sucesso, não pelo jogo coletivo, mas pela reunião de genialidades.

Talvez seja mais fácil parar este Flamengo com marcação por zona, tipo Real Madrid, em provável encontro no Mundial de Clubes. O velho estilo de perseguições individuais, buscado por Felipão, não serviu como antídoto para o incrível talento individual dos campeões da Libertadores, do Flamengo.

Curioso que o técnico do pentacampeonato mundial não tenha usado esse mesmo sistema, nem mesmo escalando três zagueiros. Felipão não era mais moderno naquele tempo. A dificuldade que encontrou foi de achar outra estratégia para marcar uma equipe de tantos craques como este Flamengo, tri da Libertadores.

Campinho PVC 3110
Editoria de Arte/Folhapress
Campinho PVC 3110
Editoria de Arte/Folhapress

A FINAL

É um erro a CBF permitir a mudança de Palmeiras x Fortaleza para as 21h30 sem alterar o horário de América x Inter. Por culpa dessa alteração, o time de Abel Ferreira pode entrar em campo já campeão. Em campo, não vai ser fácil superar o Fortaleza, no provável jogo do título.

DECISÃO

O sorriso no rosto de Rogério Ceni, brincando consigo mesmo sobre ter escalado Luan para decidir na má atuação contra o Atlético-GO, é um bom sinal para um técnico que precisa levar o trabalho com alegria. Na terça (1º), o São Paulo tem de jogar melhor e vencer o Atlético-MG.

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