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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Brasil não dava espetáculo de tão alto nível em Copas desde o penta

Seleção brasileira tinha de fazer a partida contra a Coreia do Sul se tornar fácil e conseguiu

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Para quem não estava gostando das músicas escolhidas pela Fifa para a trilha sonora do pré-jogo e do intervalo, em Brasil x Coreia do Sul teve mudança. Tocou "Mas que Nada" em versão moderna –a primeira gravação de Jorge Ben é de 1963, um ano depois do bicampeonato da seleção.

A organização soltou um samba nos alto-falantes e embalou a dancinha depois do gol de Vinicius Junior, aos 7 minutos do primeiro tempo, e após o espetacular golaço anotado por Richarlison, aos 29. Até Tite entrou na dança, criticada na Europa, mas retrato do futebol brasileiro em sua expressão mais alegre.

Deixa que digam, que pensem, que falem.

O Brasil não estava fazendo nada. Agora está.

Brasileiros dançam para comemorar gol contra a Coreia do Sul - Wang Lili/Xinhua

A seleção não dava um espetáculo de tão alto nível em Copas do Mundo desde a conquista do penta. Ainda que tenha se resumido ao primeiro tempo, porque o segundo foi de guardar as pernas para o duro duelo contra a Croácia.

Ainda que se possa comparar com jogos de 2006, o 4 a 1 diante do Japão ou o 3 a 0 sobre Gana, do gol de Adriano, de número 200 da seleção em Copas.

Claro que se deve medir a qualidade do adversário. Como você leu aqui, a seleção tinha de fazer a partida se tornar fácil. Conseguiu.

O gol de Richarlison é uma das mais belas jogadas em conjunto do Brasil em Copas. A mais incrível certamente é o gol de Carlos Alberto contra a Itália, mas as embaixadinhas de cabeça de Richarlison iniciaram a ação, concluída depois de passe de Marquinhos, corta-luz de Richarlison e assistência de Thiago Silva. A finalização foi a cereja do bolo.

Campinhos do PVC mostram esquemas táticos das seleções do Brasil (Raphinha e Vinicius abertos: serão os pontas), e da Coreia do Sul (Son pelo meio: mudança de posição)
Folhapress

Você já está na metade do texto e ainda não leu o nome de Neymar. Ele faz diferença, porque abre espaços para os colegas e é natural que ainda não esteja em sua melhor forma física, depois de dez dias ausente dos campos. Por vezes, prende a bola demais.

A estrela da noite foi Vinicius Junior, autor do primeiro gol. Faz toda a diferença ser o homem que começa a vitória. Quem decide final de Liga dos Campeões pode abrir o placar contra a Coreia do Sul... e fazer muito mais.

Também deu o passe para o gol de Paquetá, num momento de Neymar soltar rapidamente e permitir o contra-ataque terminar com a bola na rede.

O diretor de desenvolvimento global da Fifa e ex-técnico do Arsenal, Arsène Wenger, diz estar convicto de que o campeão será quem tiver os melhores pontas, porque o jogo está muito fechado por dentro.

Por enquanto, os melhores extremos são Mbappé e Dembélé, mas as atuações de Raphinha e, principalmente, de Vinicius Junior, equilibram essa disputa antes das quartas de final. E desequilibraram contra os sul-coreanos.

Além de o estádio mostrar a canção "Mas que nada", antes do início, houve outro momento diferente. A torcida brasileira, em sua pequena parcela formada por quem veio do Brasil, puxou o coro "Pelé, Pelé, Pelé". Simples assim, sem musiquinha, sem provocação a Maradona, que veio pouco depois.

"Fique bem logo", dizia o bandeirão, com a frase escrita em inglês. Também teve a faixa dos jogadores ao fim da partida, mas a melhor homenagem ao Rei veio em forma de bom futebol.

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