Raquel Landim

Jornalista especializada em economia, é autora de ‘Why Not’, sobre delação dos irmãos Batista e a história da JBS.

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Bolsonaro apoia jogada de altíssimo risco na Venezuela

Para Rubens Ricupero, cenário de violência agravará questão dos refugiados na fronteira

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Na segunda-feira (21), quando chegou ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que esperava que o governo da Venezuela “mudasse rapidamente”.

Vista em retrospectiva, a declaração parece uma premonição ou uma confirmação de que o Brasil faz parte de um movimento para tirar Maduro do poder —a última impressão é reforçada ainda pelos encontros do governo brasileiro com lideranças da oposição venezuelana.

Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, certamente se sentiu encorajado pelo respaldo internacional para se declarar presidente interino do seu país. O reconhecimento rápido por Brasil, Estados Unidos, Colômbia, entre outros, também ajuda a compor o enredo.

Com exceção dos militantes esquerdistas sem senso crítico, como a presidente do PT Gleisi Hoffman, ninguém duvida que o governo Maduro é uma tragédia. As ruas de Caracas e outras cidades repletas de manifestantes nesta quarta-feira (23) mandaram um claro recado: os venezuelanos estão fartos.

A inflação galopante, a recessão profunda, os supermercados vazios, a violência desenfreada, as centenas de refugiados nas fronteiras são provas mais do que contundentes do fracasso do chavismo.

Só que, mais uma vez, o ditador venezuelano se agarra ao poder. Fingiu ignorar os protestos e disse em discurso nesta tarde que está rompendo relações com os Estados Unidos por reconhecerem o governo interino de Guaidó. Vale lembrar que Maduro ainda possui algum respaldo no Exército e de milícias que ele mesmo ajudou a forjar.

Para o ex-embaixador e ex-ministro, Rubens Ricupero, o Brasil apoiou uma “jogada de altíssimo risco” ao participar desse aparente jogo coordenado contra Maduro.

“Se Maduro cair sem violência, tudo isso será esquecido, porque não dá para defender esse regime. Mas, e se ele resistir? Se houver uma guerra civil? Se os Estados Unidos decidirem intervir?”, questiona Ricupero.

Ele mesmo responde: “nesse cenário, certamente agravará muito a questão dos refugiados na fronteira que temos com a Venezuela, sem falar no fornecimento de energia elétrica do país para Roraima”.

Como disse o mestre Clóvis Rossi, o melhor seria que Maduro tomasse um avião para Cuba. Oxalá.

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