Reinaldo Figueiredo

Humorista e cartunista, um dos criadores do Casseta & Planeta. É autor de “A Arte de Zoar”.

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Reinaldo Figueiredo

O que pode e o que não pode

Mais alguns esclarecimentos sobre o regulamento do marketing eleitoral

O dia da eleição está se aproximando e, se tudo der certo, até lá o cidadão consciente terá reunido todas as informações para tomar uma decisão amadurecida e escolher, com todo o cuidado, o melhor marqueteiro, o melhor slogan, o melhor jingle, o melhor folder, o melhor banner, o melhor outdoor... Êpa, isso não. Outdoor, não pode. Outdoor é uma das coisas que são proibidas nesta campanha eleitoral.

 

Ilustração
Reinaldo Figueiredo/Folhapress

Mas o outdoor deveria ser evitado até por outros motivos. Um deles é porque outdoor é uma palavra com um significado que não existe na língua inglesa. Em inglês, outdoor é um adjetivo relativo a coisas ao ar livre, qualquer atividade feita da porta para fora, por exemplo. O que chamamos de outdoor aqui no Brasil, os falantes da língua inglesa nos EUA chamam de "billboard", e lá na Inglaterra é "hoarding". Portanto, outdoor é uma palavra inglesa genuinamente brasileira, criada em nossa pátria, pela nossa gente, pelo nosso povo. É coisa nossa, muito nossa.

Porém, muito mais brasileira que outdoor é "busdoor", esta joia rara. É muito fácil de entender a origem da palavra: se outdoor é um cartaz num muro, um cartaz num ônibus só pode ser busdoor. É óbvio que esta é uma palavra inglesa brasileiríssima. Se um falante da língua inglesa se depara com isso, fica perplexo, porque "bus" é ônibus e "door" é porta. Então, ele acha que estamos falando da porta do ônibus, ou algo assim.

Concluindo o meu storytelling sobre marketing eleitoral: o eleitor pode ficar tranquilo, a legislação eleitoral está totalmente correta. Ficou decidido que outdoor não pode. E, quanto ao busdoor, ah, não fode!

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