Renata Mendonça

Jornalista, comenta na Globo e é cofundadora do Dibradoras, canal sobre mulheres no esporte.

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Descrição de chapéu Futebol Feminino

Brasileiro feminino terá terceira divisão em 2022

Novo calendário nacional terá 64 clubes, 12 a mais do que o atual

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O Campeonato Brasileiro feminino demorou tempo demais para ser criado e, nos seus primeiros anos, teve uma evolução lenta e gradual. Não tinha transmissão, não tinha premiação e durava menos de três meses. Mas, de uns tempos para cá, finalmente as coisas começaram a avançar.

E, se em 2021 estamos vendo o Brasileiro “mais equilibrado de todos os tempos” na primeira divisão, em 2022 a tendência é que esse equilíbrio se repita também na segunda.

Isso porque haverá a Série A3 na próxima temporada, com 32 clubes. Sendo assim, o formato da A2 sofrerá alteração, passando dos 36 participantes atuais para 16. As 12 melhores equipes da edição de 2021 que não subirem para a elite (aquelas que ficarem do 5º ao 16º lugar) serão mantidas na divisão do ano que vem, e as quatro rebaixadas da A1 completarão o torneio de 2022.

Palmeiras e Corinthians duelam pela primeira divisão - Rodrigo Gazzanel - 9.mai.21/Ag. Corinthians

O grande objetivo disso, segundo a coordenadora de competições femininas da CBF, Aline Pellegrino, é justamente garantir um calendário nacional para mais equipes no futebol feminino e elevar o nível técnico e a competitividade dos torneios.

“A terceira divisão é consequência de um ajuste importante que precisamos fazer na A2. Hoje, já existem duas competições muito distintas dentro da A2. O nível técnico do torneio é um nas primeiras cinco rodadas e outro no mata-mata”, explicou à coluna a dirigente.

“O objetivo é aumentar o número de clubes no certame nacional. E, com isso, ter o futebol feminino enraizado, tanto nos clubes quanto nas federações e na própria confederação.”

Para explicar de forma bem simples a principal mudança a partir de 2022: a A1 seguirá com 16 times, mas rebaixará apenas dois e manterá seu formato de “todos contra todos” e um mata-mata começando nas quartas de final. A A2 terá também 16 equipes, só que num formato diferente: quatro grupos com quatro equipes que disputarão jogos de ida e volta entre si. Os dois primeiros de cada chave se classificam para as quartas de final, e os dois finalistas garantem o acesso à primeira divisão. Os quatro últimos colocados serão rebaixados para a terceira.

Já a Série A3 terá 32 times e acontecerá num formato similar ao da Copa do Brasil masculina: serão apenas jogos eliminatórios, sendo que a primeira fase pode ter só uma partida caso um dos times vença o adversário por uma diferença de três gols ou mais. As fases subsequentes serão sempre com jogos de ida e volta. Os quatro primeiros colocados sobem para a segunda divisão.

Em números, isso significa triplicar a quantidade de times envolvidos em competições nacionais em comparação com o que acontecia em 2013, quando o Brasileiro feminino foi criado —com apenas uma divisão e 20 equipes na disputa. Agora, serão 64. E a ideia é que até 2025 sejam pelo menos 72 (com 20 clubes na A1 e 20 na A2, além dos 32 na A3).

Se pensarmos que o futebol feminino existe de maneira “oficial” (após a revogação do decreto que o proibiu) há 42 anos, evoluímos bastante de 2013 para cá. Poderíamos ter evoluído muito mais se tivéssemos começado antes. Se tivéssemos feito algo quando a melhor jogadora de todos os tempos surgiu em solo brasileiro. Se tivéssemos agido logo para valorizar a gereção vencedora de Marta, Cristiane e Formiga, que conquistou duas pratas olímpicas e um vice-campeonato mundial quando ainda não tinham nem sequer um campeonato brasileiro para disputar.

“A gente queria que tivesse começado 20 anos atrás. Mas agora não dá mais para olhar para trás, só para a frente”, lembrou Aline Pellegrino. Ela, que fez parte de duas dessas conquistas no campo, agora fora dele pavimenta o caminho para que novas venham no futuro.

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