O Campeonato Brasileiro chegou ao fim com um campeão indiscutível. O Palmeiras conquistou seu 11º título de maneira incontestável e com uma campanha impressionantemente consistente. Foram apenas três derrotas em 38 rodadas, seis em toda a temporada de 2022. Isso para um time que teve 72 jogos de janeiro até aqui (sem contar o Mundial, que ainda fazia parte da temporada anterior).
Abel Ferreira chega à sua terceira temporada no Brasil conquistando os títulos que ainda lhe faltavam –Paulista e Brasileiro. Vieram antes duas Libertadores e uma Copa do Brasil. E são apenas dois anos por aqui. A evolução tática da sua equipe é nítida.
Ele conseguiu fazer o Palmeiras encontrar soluções dentro de jogos difíceis com a poderosa bola parada de Scarpa, transformou Mayke em ponta, fez Dudu ser um dos craques do campeonato e realizou o objetivo de qualquer técnico: um time sólido na defesa e agressivo no ataque. Sua equipe liderou esses dois quesitos no campeonato.
Em segundo lugar na tabela, uma surpresa. Quem fez as previsões para o Internacional antes de começar o campeonato –quando o Inter vivia um início de temporada desastroso– não colocou a equipe colorada na briga pelo título. A melhor das projeções, colocava o Inter na briga por vaga na Libertadores. Mas Mano Menezes chegou em abril e mudou o patamar do time gaúcho, que termina como vice-líder superando todas as expectativas.
Na terceira colocação, a outra surpresa do campeonato. O Fluminense chegou em alguns momentos a ameaçar uma briga pelo título. Só que acima dos resultados que classificaram o Tricolor carioca para a Libertadores estão as atuações em campo. Um time que consagrou o artilheiro Germán Cano, mas que esteve longe de funcionar pela individualidade –o melhor Flu de Fernando Diniz sempre foi o coletivo.
Sob a regência do maestro Paulo Henrique Ganso voltando à sua melhor fase, o Fluminense jogou e encantou. Exceção feita à lateral esquerda, que já é um problema crônico do Flu há algum tempo, Diniz encontrou boas soluções em todas as posições. O segundo melhor ataque do campeonato, o segundo time com mais vitórias, o terceiro colocado na tabela. Assim como Mano fez com o Inter, Diniz fez o Flu superar as expectativas.
O Corinthians, em quarto, cumpriu o que se esperava dele no campeonato: a classificação direta para a Libertadores. O Flamengo abriu mão de brigar pelo título brasileiro, mas conquistou as duas outras taças que disputou, então o saldo para a torcida é mais do que positivo. O Athletico Paranaense confirmou que chegou pra ficar entre os principais times do futebol brasileiro e mais uma vez garantiu vaga direta na Libertadores –depois de ter voltado à final da principal competição do continente.
Por fim, a maior decepção e a melhor superação do campeonato. O Atlético-MG fez o mínimo e se classificou pra Libertadores. O Fortaleza fez o máximo e saiu da lanterna no segundo turno para garantir pela segunda vez vaga no torneio.
O Galo de Turco Mohamed era criticado por render menos do que o esperado em termos de resultado e de futebol em campo. Voltou Cuca, e a equipe estrelada do Atlético continuou fazendo uma campanha muito abaixo do que sua torcida esperava. Correu o risco de passar o ano da inauguração do seu estádio sem disputar a Libertadores –e só se classificou para a fase preliminar, ainda terá que confirmar a vaga na fase de grupos.
Quem diria que, quatro meses após sua apresentação –quando o assunto principal foi a chance de o técnico sair para assumir a seleção brasileira no fim do ano–, Cuca terminaria esta passagem pelo Galo de maneira tão melancólica?
Adeus, Brasileirão! Foi bom, valeu! Agora é tempo de Copa do Mundo!
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