Renato Terra

Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

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Descrição de chapéu indústria

Privatizem a Braskem

Pelo bem da privatização, é preciso privatizar empresas privadas

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O Comitê de Gestores do Brazil (CGB) enviou um comunicado ao Mercado recomendando a privatização da Braskem. "Precisamos aderir ao pensamento disruptivo para transformar de vez essa startup Brazil em unicórnio. É a hora de começar a privatizar as empresas privadas", explicou Marco Aurélio Alcântara de Barbosa e Schindler.

O CGB, que é integrado pelos acionistas que controlam o Brazil, aposta num choque de privatização para salvar a nação. O grupo se consolidou durante as capitanias hereditárias e desde então vem formando gerações de herdeiros que administram o território nacional. Ao longo das décadas, as famílias foram atualizando suas práticas. "A técnica do golpe de Estado foi muitas vezes usada, por exemplo. Mas trouxe muita demanda para nosso compliance. E, no frigir dos ovos, nossos balancetes trimestrais não foram muito bem geridos pelos fundos militares. No século 20, fizemos uma análise Swot e entendemos que era mais eficiente privatizar o comunismo", explicou Armando Telles Camargo Pinheiro Safra.

Desde então, a privatização passou a ser anunciada como a solução definitiva dos problemas brasileiros. De acordo com o planejamento da CGB, o governador-prodígio Tarcísio de Freitas deve privatizar o metrô, a Sabesp, o calor, a calvície, a chuva e a crase até o final do ano. Para acabar com a miséria, a meta é colocar todo pobre sob gestão da iniciativa privada até o final do mandato.

Uma ilustração colorida de um unicórnio feito de formas geométricas usando as cores da Braskem, azul, amarelo e laranja
Ilustração de Débora Gonzales para coluna de Renato Terra de 7 de dezembro de 2023 - Débora Gonzales/Folhapress

"A privatização de empresas privadas como Braskem, Vale e Americanas é necessária para acabar de vez com a ideia de que empresários erram. Desastres fiscais, éticos e ambientais têm provocado uma tragédia ainda maior: a redução do nosso market share", lamentou o conselheiro Jorge Pedro Lemmon Guinle.

Em seguida, o conselheiro leu em voz alta o primeiro parágrafo de uma reportagem da Folha: "Responsável pelo maior desastre ambiental urbano em curso no país, a Braskem é a sexta maior fabricante de produtos químicos do mundo, com fábricas em três países, além do Brasil. A empresa fechou 2022 com receita de R$ 95,6 bilhões e prejuízo de R$ 338 milhões".

O CGB concordou que a solução do problema passa pela privatização da Folha e pela privatização de Maceió. "A capital de Alagoas ganhou fama internacional pelo afundamento do solo e tem potencial turístico a ser explorado", completou Demétrio Pedreira Odebrecht de Lins e Silva.

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