Robson Jesus

Viajante, empreendedor digital especializado em gestão de projetos e futuro recordista mundial ao visitar os 196 países do mundo

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Robson Jesus
Descrição de chapéu África

Brasileira abandona carreira bancária para viajar o mundo

'O que seria uma volta ao mundo virou meu estilo de vida'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Nascida e criada em Duque de Caxias, na baixada fluminense, em uma família simples que nunca tinha viajado, Ludmilla Correia se formou em administração e foi gerente bancária por meia década. Há um ano, deixou a carreira tradicional para se tornar nômade digital. Abaixo segue relato de sua experiência na transição de carreira.

Diferente de muitos dos meus amigos nômades de hoje, eu não tinha um grande sonho de viajar quando era pequena. Viajar não era parte da rotina da minha família. Como a maioria das pessoas, minha família acreditava que viajar era muito caro. Meu grande sonho era ter um bom emprego, pois esse era o modelo de sucesso no qual minha família acreditava.

Quando estava na faculdade, busquei por um emprego que me fizesse chegar em uma posição confortável. Consegui um estágio em um banco, e desde então comecei a me programar para viver uma vida tradicional. Me formei, fiz pós-graduação, comprei um carro. Até me programei para casar, mas o fim do relacionamento me fez pensar melhor e recalcular a rota. Foi aí que eu me lembrei de um grande sonho: conhecer o México.

Eu sempre adorei a cultura mexicana. Andava por ruas e mais ruas do país usando o Google Street View, imaginando se um dia eu iria visitá-las pessoalmente. Ainda que viver aquilo parecesse não caber na minha realidade, o término me levou a decidir que, nas minhas próximas férias, eu faria minha primieira viagem de avião. Para o México. Uma ótima maneira de recomeçar.

Ludmila no Egito, em 2021
Ludmila no Egito, em 2021 - Arquivo pessoal

Chegando lá, descobri um mundo de possibilidades. Fiquei em um hostel com mais 15 pessoas no quarto, e conheci a história de cada um deles, a maioria mochileiros. Aquilo ali não parecia fazer nenhum sentido pra mim. Como era possível alguém deixar sua vida para viver viajando? Mal sabia eu que aquilo era um grãozinho de areia que estava começando a encher o meu potinho do meu sonho nômade.

Era tudo muito novo. Ali, eu soube que queria ser nômade. Mas qual seria o meu trabalho? Eram muitas perguntas e nenhuma ideia de por onde começar. Mas os cinco anos na gerência do banco, vendendo cartões de crédito e seus benefícios, se mostraram um bom ponto de partida: eu já tinha, de largada, todo um conhecimento sobre programas de milhagem e planejamento de viagens.

Ao compartilhar meu sonho com um colega de trabalho da época, ele me deu a ideia de compartilhar todo esse conhecimento na internet, inclusive se colocando à disposição para gravar os vídeos. Anotamos várias ideias num papel, e até demos boas risadas quando o trocadilho "Ludmilhas" surgiu —no final, um ótimo nome que acabei adotando. Estava lançado o meu primeiro curso.

Ludmila em Agra, em 2022
Ludmila em Agra, em 2022 - Arquivo pessoal

Depois de um tempo, vi que eu estava conseguindo passar meu conhecimento adiante. As pessoas estavam realmente alcançando bons resultados. E desde então, lá se foi um ano vivendo como nômade digital. Nesse tempo, morei em 14 países, aprendi muito, e pude ensinar sobre o que eu amo fazer.

Obviamente, nem tudo são flores. Já passei por momentos bem ruins, como ficar presa em Israel quando a guerra começou, ou ser furtada na Europa. Mas o saldo é, tranquilamente, muito mais positivo que negativo. Tenho liberdade de tempo e escolha, e consigo conheçer e viver em cada cultura sem pressa de conhecer todos os pontos turísticos. O que era para ser uma volta ao mundo acabou se tornando um estilo de vida.

Algumas pessoas me perguntam quando essa volta ao mundo deve terminar. Sinceramente, respondo que não sei. Viver assim é bom demais.

Ludmila na Tailândia, em 2023
Ludmila na Tailândia, em 2023 - Arquivo pessoal

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.