Rogério Gentile

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.

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Abdelmassih diz querer morrer com dignidade, mas Justiça nega prisão domiciliar

Defesa de ex-médico alega que é elevado o risco de óbito

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A Justiça paulista rejeitou um novo pedido de prisão domiciliar humanitária feito pelo ex-médico Roger Abdelmassih, de 79 anos, condenado por crimes sexuais contra pacientes.

Ao fazer a solicitação, a defesa de Abdelmassih disse que ele é portador de um estágio avançado e irreversível de cardiopatia, com elevado risco de óbito. "Espera-se que a Justiça permita ao requerente [o ex-médico] morrer com dignidade, livre e em companhia dos seus familiares."

A petição é assinada pela advogada Larissa Sacco Abdelmassih, mulher do ex-médico. Segundo ela, a situação clínica do marido, que foi um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país, é "terrível" e "periclitante".

"Não se quer afastar a condenação, mas sim garantir que a perda da liberdade não signifique uma morte indigna, com desnecessário sofrimento físico", declarou à Justiça.

A juíza Sueli de Oliveira Armani rejeitou a solicitação. Ela disse que os mesmos argumentos já foram analisados em julho do ano passado, por ocasião de um outro pedido de prisão domiciliar, mas que não houve qualquer alteração em seu quadro de saúde que justifique a medida desde então.

Segundo a juíza, o ex-médico tem recebido cuidados contínuos na prisão, bem como todos os medicamentos prescritos.

A juíza disse ainda que cumprir a pena "no conforto do próprio lar e ao lado dos familiares é o grande sonho de todos os condenados". "Mas não se pode esquecer que há por parte deles uma dívida para com as vítimas e a sociedade."

A defesa do ex-médico já recorreu, mas ainda não houve nova decisão.

Abdelmassih foi condenado a uma pena de 173 anos, seis meses e 18 dias de prisão após ter sido denunciado pelo abuso de 37 pacientes, algumas delas sedadas durante procedimentos médicos. O caso foi revelado pela Folha em 2009 em uma reportagem da jornalista Lilian Christofoletti.

Ele sempre negou todas as acusações e chegou a dizer que as pacientes podem ter sofrido alucinações provocadas por um medicamento usado durante o tratamento de fertilização in vitro.

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