Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Copa com final 2; poucas e marcantes

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Diz a matemática que a Copa do Mundo sempre acontece em ano par —ao contrário das Olimpíadas, a Covid não afetou o calendário do Mundial. E a primeira ocorreu num ano zero, 1930. No entanto são pouquíssimas as Copas com final 2, ou 6. Culpa da Segunda Guerra, que causou o cancelamento das Copas de 1942 e de 1946.

Assim, temos apenas três Copas com final 2, a de 2022 (cheia de 2) será a quarta. Já o final zero tem um monte, cinco. Final zero é penta.

Mas voltemos ao final 2, que é um número bom para a seleção brasileira. A primeira foi a de 1962, que resultou no título de número 2 do Brasil, o bicampeonato. E olha que a equipe perdeu Pelé no início do torneio, mas tinha Garrincha. E Garrincha resolveu.

A final foi contra a Tchecoslováquia, que nunca mais teve um bom resultado em Copas; o Chile, anfitrião, ficou em terceiro.

A segunda Copa 2 foi em 1982. É a primeira Copa da qual tenho claras lembranças —chamadas também de traumas. Não me recordo dos jogos de 1978, quando tinha 5 anos; mas em 82 já tinha 9, está bem fixada na minha cabeça, para o bem, para o mal e para Rossi, Paolo Rossi ("maledeto").

Foi a seleção brasileira que me deu mais prazer em ver jogar, e me levou às lágrimas após sua dolorosa eliminação. O "maledeto" fez os três gols que eliminaram o Brasil, num 3 a 2 para a Itália. Os italianos passaram pela primeira fase no Mundial da Espanha sem ganhar de ninguém, com três empates e dois gols marcados. Mas pegaram no tranco na fase final, justamente contra o Brasil. Acontece… em Copas.

Aquela Copa também viu a sua maior goleada, Hungria 10 x 1 El Salvador. Não consigo imaginar como deve ser perder de 10 a 1, sete ainda vai, mas dez, que pancada. Outro jogo marcante foi Alemanha Ocidental 1 x 0 Áustria, partida que definiu a classificação dos dois para a fase final e que ficou conhecida como "jogo da vergonha". Foi horroroso mesmo. E quem pagou o pato foi a Argélia.

O Brasil não ganhou a Copa de 1982, mas até hoje aquela seleção comandada por Telê Santana, com Zico, Falcão, Sócrates, Éder, Júnior, Cerezo e cia., é lembrada, e não só no Brasil. E a celebração de Falcão, quando empatou o jogo contra a Itália em 2 a 2, é ainda para mim a comemoração mais emocionante de um gol na história das Copas, amplificada pela dramática narração do insuperável Luciano do Valle —opinião afetiva não aberta para discussões.

Então veio a terceira Copa com final 2, em 2002, em dois países: Japão e Coreia do Sul, a primeira disputada na Ásia.

Ronaldo, com a camisa amarela do Brasil, sorri e abre os braços
Ronaldo comemora gol na final da Copa de 2002, ano do último título mundial da seleção brasileira - Gabriel Bouys - 30.jun.02/AFP

E, novamente, foi o Brasil que teve o maior destaque em campo. Chegou ao penta após uma vitória de 2 a 0 contra a Alemanha, em uma época inocente na qual o Brasil ganhava de 2 a 0 da Alemanha —é sempre bom repetir. Ainda é o único Mundial em que o campeão venceu os sete jogos no tempo normal.

Foi a Copa da redenção de Ronaldo, o Fenômeno, que fez o maior "comeback" ("retorno", mas parece que fica melhor em inglês) do futebol depois de detonar o joelho no meio daquele ciclo. Aquela seleção também tinha coadjuvantes com peso de protagonistas, como Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos, os "Rs" que faziam a alegria de Galvão Bueno.

Entre os resultados estranhos, tivemos Turquia e Coreia do Sul como semifinalistas. Já pensou o que poderia ter sido a final? Completamente inusitado —ou, como dizem hoje, aleatório.

Que venha a quarta Copa com final 2, em 2022, que começa no dia 20, e 20 é o número da camisa de Vinicius Jr., além de ser 02 ao contrário. Ainda bem que não sou supersticioso.

Round 38

Antes do fim da matança nas 38 rodadas do Brasileiro ainda deu tempo de o Red Bull Bragantino dispensar Maurício Barbieri. Assim, o placar terminou com um 4 a 2 para os técnicos estrangeiros: Abel Ferreira (hoje o mais longevo da Série A), do Palmeiras, Vojvoda (Fortaleza), Vítor Pereira (que terminou o campeonato com o Corinthians, mas já saiu) e Luís Castro (Botafogo); para os brasileiros marcaram Rogério Ceni e Dorival Jr. (que completou o torneio, ainda que por dois times).

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