Desde a recente data Fifa, clubes das principais ligas do mundo têm vivido uma carnificina de técnicos, no melhor estilo "Brasileiro Round 38, Onde a Morte Espreita" (não percam a versão 2023, com legendas em português).
O Bayern de Munique foi ligeiro. Demitiu rapidamente (Julian Nagelsmann) e contratou rapidamente (Thomas Tuchel).
Então a Inglaterra teve sua semana de Casamento Vermelho de "Game of Thrones". Praticamente num mesmo episódio perderam a cabeça os técnicos de Tottenham, Chelsea, Crystal Palace e Leicester.
Logo, Nagelsmann virou a pint preferida do pub londrino inglês. Tottenham e Chelsea estão de olho grande no alemão, que jura que só vai decidir sobre o futuro depois do fim da atual temporada.
E nóis com isso? Bem, devem surgir mais vagas em clubes milionários nas próximas semanas. E uma delas pode ser no Real Madrid, do queridinho da CBF, Carlo Ancelotti. Os "blancos" já perderam o Espanhol para o Barcelona e jogam as fichas do ano na Champions —enfrentam na próxima semana o Chelsea, com algum interino.
Aparentemente, Ancelotti prefere continuar no Real, onde é um queridão. Mas, se perder a Champions, terá seu LinkedIn agitado ao fim da temporada europeia.
Caso o Real resolva namorar com Nagelsmann, Ancelotti pode ter seu currículo circulando nos RHs de Tottenham, Chelsea (de novo) ou PSG (de novo).
E o LinkedIn de Ancelotti é atraente. Está lá: o único campeão da Champions e das cinco principais ligas da Europa (Alemanha, Espanha, Inglaterra, França e Itália).
Sim, você poderia dizer: "Mas Pep Guardiola ou Jurgen Klopp nunca treinaram um time na França ou na Itália" ou "treinar o PSG e só ganhar o Francês tá valendo?". Seriam pontos válidos, querido leitor e querida leitora. Dorival Júnior foi maior para o Flamengo do que Ancelotti para o PSG, sem dúvidas. Mas nem por isso o professor Dori está empregado.
Antes da ressurreição no Real, Ancelotti estava no Everton, time que paga bem, mas não é exatamente um postulante ao título da Premier League. Nesta época, sim, seria mais fácil para a CBF seduzir o míster italiano.
Mas então veio o novo casamento com o Real e a conquista mágica da Champions de 2022, quando time e técnico mostraram que tinham algum pacto com o Coisa-Ruim —a campanha cheia de milagres (ou feitiços) pode ser revista em "Real Madrid - Até o Fim", série em três episódios lançada recentemente na Apple TV+.
Ancelotti só não falou "não" para a seleção porque não foi pressionado. A CBF parece não ter nenhum orgulho e não se preocupa em ser a última carta na mão do italiano.
Mas vai ficar chato esperar tanto tempo para ver seu convite ser rejeitado. Já está na hora de a confederação brasileira colocar em prática o plano B, que pode ser até Jorge Jesus —que já apareceu em zero boatos para treinar na Premier League… incluindo os que envolvem o Leicester.
Outra questão que surge, e o LinkedIn não mostra, é o salário de Ancelotti. Reportagem do L’Équipe desta semana aponta que o treinador figura em sétimo na lista dos dez mais bem pagos do mundo, com 11 milhões de euros anuais; no ano passado, o jornal espanhol As afirmou que Tite ganhava 3,8 milhões de euros na seleção, ou cerca de um terço de Ancelotti. Seria um bom aumento na folha de pagamento por aqui.
Mas, cá entre nós (ninguém quer falar em voz alta), não há motivo para um técnico de ponta e com mercado na Europa largar a galinha dos ovos de euro pela… seleção brasileira.
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