Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Por que nenhum clube europeu quis Tite até agora?

Se até Luxemburgo já foi para o Real Madrid, por que não o ex-seleção?

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Você, querido leitor e querida leitora, já ouviu falar no intrépido Ange Postecoglou? E que tal Arne Slot? Ambos são técnicos. O primeiro levou o católico Celtic ao título escocês, amém; o segundo foi campeão holandês com o Feyenoord, de Roterdã (ah, que saudade de Roterdã).

Não me lembro de uma intertemporada tão agitada por técnicos como esta, que ainda está no início.

Porém, o "diz que me diz" em torno dos professores já corria solto mesmo com os campeonatos em andamento. Agito provocado basicamente por três times: os ingleses Chelsea e Tottenham, que ficaram sem vaga para a próxima Champions, e o francês-qatari PSG, que só foi campeão francês, o que por lá é crise.

Jogadores do Celtic festejam o título em Glasgow - Lee Smith - 3.jun.23/Action Images via Reuters


Toda semana tem um boato novo envolvendo alguma lista tríplice para algum clube europeu, e não só os superendinheirados. E o queridinho de todos é o alemão Julian Nagelsmann, demitido do Bayern quando estava invicto na Champions e ainda sem clube (até o Bayern tem suas brasilidades).

O Tottenham namorou Nagelsmann, mas casou com Postecoglou (o primeiro moço citado no texto). O Chelsea namorou Nagelsmann, mas casou com Mauricio Pochettino, argentino ex-Tottenham e PSG. Já o PSG, que também chegou a dar uma bela olhada no LinkedIn de Nagelsmann, parece que vai fechar com outro coleguinha —Luis Enrique, ex-seleção da Espanha, lidera a casa de apostas; sim, é possível, mas raro, sair de uma seleção para um clube grande.

Julian Nagelsmann em fevereiro de 2023, quando ainda dirigia o Bayern de Munique - Ina Fassbender - 18.fev.23/AFP


Outros atores apareceram em diferentes episódios desta série, como Zinedine Zidane (o técnico de um trabalho só), José Mourinho (português empregado, mas quem liga?), Oliver Glasner (quem? professor do Eintracht Frankfurt), Marcelo Gallardo (ele mesmo), Thiago Motta (aquele mesmo), Ruben Amorim (outro português) e até Abel Ferreira (e dá-lhe português).

Entretanto, um querido nome ainda não apareceu em conversa nenhuma, Tite. Por que nenhum europeu quer Tite? Ou, pelo menos, nenhum se posicionou publicamente a favor do treinador. Aqui no Brasil todos querem Tite, mas o desejo manifestado pelo próprio é de treinar algum time da Europa.

Este humilde escriba já tinha até feito um roteiro mental para a sequência do professor pós-Copa. Num metaverso não tão improvável, o Arsenal teria mais uma temporada horrível (como foi a do Tottenham) e Tite seria chamado pelo chapa Edu Gaspar (hoje diretor do Arsenal) para comandar o time da Premier League com seus três Gabriéis, todos: Jesus e Martinelli (com Copa) e Magalhães (sem Copa).

Entretanto, Tite deu azar. O Arsenal deu sorte. O ano foi excelente, terminando com um honroso segundo lugar. E nada indica que o atual Mikel Arteta deixará o clube de Londres.

Mikel Arteta em partida do Arsenal pelo Campeonato Inglês - David Klein - 14.mai.23/Reuters


Em um outro universo paralelo, o Sevilla poderia ser uma opção para o querido Adenor. O time espanhol, quase grande, estava em crise e já tinha mandado embora Jorge Sampaoli após uma campanha desastrosa (ou ruim o suficiente para chamar a atenção do Flamengo, que o contratou). Em La Liga, terminou apenas em 12º lugar.

Porém, a sorte não sorriu para Tite (de novo). O Sevilla foi campeão da Série B da Champions, chamada Liga Europa (de novo), e o técnico que chegou como tampão agora é queridinho.

Que clube europeu então pode nos dar a satisfação de ver o querido Tite abrilhantando seu banco? Quem sabe Real Madrid, CBF e Carlo Ancelotti não fazem logo um grande churrasco, convidam Tite (que é gaúcho e manja de churrasco) e resolvem isso? Se até Luxemburgo um dia foi para Los Blancos, por que não Tite?

Round 38 - Restam 12
Não teve jogo no Brasileiro, mas teve crise. Scolari, que não treinaria mais no Brasil, deixou o cargo de diretor no Athletico-PR e fechou como novo treinador do Atlético Mineiro. E Paulo Turra, que não deveria ter nada a ver com isso, foi demitido do time paranaense, o que levanta mais dúvidas: será que era mesmo Turra o treinador? Ou era Scolari, que arrumou um jeito espertinho de ser técnico e não dar entrevista? É praticamente um "Black Mirror" da bola. Sendo assim, restam 12 clubes com o mesmo míster desde o round 1: Brasileiros 6 x 6 Estrangeiros.

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