Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo

A janela de transferência e o álbum do Campeonato Brasileiro

Recém-lançado, ele já está desatualizado

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Ainda não fecharam a janela de transferências no planeta bola. E, neste ano, em que clubes da Arábia resolveram brincar pesado de "sportswashing" (usar o esporte para lavar a imagem do governo), o jogo ficou pesado.


Quando o ótimo atacante e golfista Gareth Bale foi vendido ao Real Madrid por cerca de € 100 milhões, em 2013 (cerca de R$ 540 milhões em valores atuais), parecia que havia sido estabelecido um teto financeiro para craques. Dez anos depois, os valores ficaram insanos (e fantasiosos).

Gareth Bale joga golfe na Califórnia - Jed Jacobsohn - 8.fev.23/Getty Images/AFP


Culpa (indireta) de Neymar e da multa de € 222 milhões (R$ 1,19 bilhão) paga pelo PSG (um dos principais times árabes do mundo, com sede em Paris). Aquela aberração fez o Barcelona, com dinheiro na mão, pagar mais de 100 milhões para atletas que não valiam aquela quantia (nem Philippe Coutinho, nem Dembélé) e o mercado enlouqueceu.

Philippe Coutinho em partida do Barcelona contra o Real Madrid em 2020 - Albert Gea - 24.out.20/Reuters


Nesta janela, já vimos o Arsenal gastar um valor acima daquele de Bale por um volante (Declan Rice). E o croata Gvardiol se tornou o zagueiro mais caro do mundo (coroa que estava injustamente na enorme cabeça de Harry Maguire) —o croata foi para o outro grande time árabe, Manchester City.

Josko Gvardiol quando jogava pelo Leipzig - Heiko Becker - 2.mai.23/Reuters

E o que o Seu Panini tem a ver com tudo isso? Bem, Seu Panini, homem razoavelmente bem informado nas Copas, tem essa mania de fazer um álbum para o Campeonato Brasileiro… pobrezinho.

Apesar de esperar até agosto para o lançamento, o álbum já nasceu todo torto. Culpa da janela. Logo nas primeiras páginas ele destaca Pedro Raul. De fato, o jovem chegou ao Vasco com esperança de brigar pela artilharia do ano no Brasil. Mas em junho já dava para sacar que isso não aconteceria. Seu Panini vacilou.
Pedro, o Raul, foi vendido para o México. Sem Pedro, o Vasco comprou na janela um Pablo (Vegetti), que já fez gol, comemorou vitória, mas está fora do álbum.

Pedro Raul em partida do Vasco contra o Palmeiras no Maracanã - Sérgio Moraes - 23.abr.23/Reuters

Na página do Corinthians, evidentemente, aparece belo, sorridente e apontando para os céus o descolorido Róger Guedes. Porém, agora, ele só pode ser destaque no álbum do campeonato qatari, que não sei se o Seu Panini imprime.


O são-paulino que estiver ansioso pelas figurinhas de Lucas Moura ou James Rodriguez ficará chupando o dedo. Ninguém do tricolor do Morumbi teve a decência de pegar o telefone, ligar para o Seu Panini e avisar que as novidades estavam chegando… Hoje podiam ser até figurinhas douradas.

James Rodriguez na apresentação ao São Paulo - Miguel Schincariol/AFP


Também não há informação se deu tempo de trocar o escudo na camisa rubro-negra do chileno Arturo Vidal, que saiu do Flamengo e foi para o Athletico-PR.

Pelo menos não tem figurinha para técnico… ufa.

Pênalti do ano
Na Copa feminina dos resultados malucos, o Brasil já está eliminado —e mais um montão de antigos favoritos também (caminho aberto para a Inglaterra?). Mas só os Estados Unidos podem dizer que foram eliminados por um fio. Foi nos pênaltis: na cobrança decisiva, a sueca bateu, a goleira americana aparentemente defendeu, mas o VAR entregou que a bola passou por milímetros. Veja o impressionante vídeo na internet.

Falando em pênaltis, o Arsenal (uhu) foi campeão da Supercopa da Inglaterra contra o poderoso Manchester City com uma goleada por 4 a 1 (não me interessa o placar do tempo normal).

Round 38 - Restam 7
Desde a última atualização desta incrível contagem, Mano e Vagner Mancini perderam a cabeça —Mancini foi degolado pelo lanterna América-MG após derrota para o Bahia. Apenas sete professores continuam desde o round 1, com ampla vantagem para os estrangeiros, para desespero de Luxemburgo, o Vanderlei: Brasileiros 2 x 5 Estrangeiros. Dos locais, sobrevivem Renato Gaúcho (Grêmio) e Fernando Diniz (único da lista que tem dois empregos).

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