Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo
Descrição de chapéu Flamengo Campeonato Brasileiro

O Flamengo continua sendo o maior inimigo do Flamengo

Quem precisa absorver a pancada agora não é exatamente Pedro, mas o elenco rubro-negro inteiro

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Três tapas, guarda aberta e, pmmm, um soco. A agressão não foi de um lutador de MMA, mas do preparador físico (agora, ex) Pablo Fernández contra o atacante reserva Pedro, no vestiário do Flamengo, no sábado, após triunfo contra o Atlético Mineiro (sim, a agressão ocorreu após uma vitória heroica conquistada no fim da partida). O lance de pugilato ofuscou qualquer resultado dentro de campo no fim de semana.

Quem precisa absorver a pancada agora não é exatamente Pedro, mas o elenco inteiro do Flamengo. O técnico Jorge Sampaoli, por exemplo, que deveria ser o comandante supremo, foi muito mal em sua mensagem nas redes sociais, quando tentou passar um pano para a ação do amiguinho preparador. Disse que estava "pensando em como ajudar Pedro e Pablo". Colocar os dois na mesma frase, em pé de igualdade, pode soar como um tapa na cara dos outros jogadores.

A relação Pedro-Sampaoli, que não é boa, acabou exposta. Mas o hermano tem um aliado para continuar no cargo, as vitórias. Quando elas pararem, ele roda. E, pior para o Flamengo, a comissão de Sampaoli tem ainda o filho de Pablo, Marcos Fernández, que, até a conclusão destas linhas, continuava no clube. O elenco vai ter uma boa relação com o jovem? Parece-me que não.

Jorge Sampaoli tentou passar um pano para o amiguinho - Sergio Moraes - 1º.jul.23/Reuters

Entra ano, sai ano, e o Flamengo continua sendo o principal inimigo do Flamengo. Impressionante.

Só é bom não esquecer —no UFC Pedro vs. Pablo— que o atacante rubro-negro é vítima, mas não é inocente. Durante o jogo, ele ficou chateadinho quando viu o treinador colocar dois outros atacantes reservas em campo, enquanto ele continuava esquentando o banco. Depois disso, recusou-se a fazer o aquecimento, o que desencadeou a ira de Pablo, o terrível. Não justifica o soco levado, mas Pedro errou. Errou rude.

Além da pancada física em solo brasileiro, tivemos no mesmo sábado a pancada psicológica do outro lado do mundo, na Copa feminina. Perder para a França em Mundial, levando gol de bola parada com falha na marcação, é tão 2006.

Porém, diferentemente do gol de Henry, o da zagueira Renard não significa o fim. Apenas antecipa a entrada do Brasil no mata-mata, como aconteceu com a Argentina na Copa do Qatar após derrota para a Arábia Saudita —aliás, aquela Arábia e esta França feminina têm o mesmo treinador, o chiliquento francês Hervé Renard. Que seja uma boa coincidência para a seleção campeã.

A "estreia" no modus matar ou morrer é diante da Jamaica, nesta quarta (2), às 7h da matina. Se empatarem, Marta e cia. estarão eliminadas. Vencendo, deverão pegar o campeão do Grupo H. E aqui está outra daquelas peças que a bola prega.

Tudo indicava que a temida Alemanha seria a primeira da outra chave. E tanto Brasil como França queriam evitar um confronto com as germânicas. Mas eis que as europeias perderam para a Colômbia, a virtual primeira colocada do grupo e, agora, provável rival do Brasil nas oitavas de final.

Como o medo é psicológico, o temor contra as colombianas, que derrotaram justamente as alemãs, não existe. Vai entender. Mas é bom lembrar aos animadinhos que Brasil x Colômbia foi a final da Copa América de 2022. E as brasileiras suaram sangue para vencer só por 1 a 0. A melhor jogadora daquela competição foi a estrela teen colombiana Linda Caicedo, a mesma que fez um golaço contra a Alemanha no fim de semana.

Com apenas 18 anos, Caicedo já se livrou de um câncer no ovário (aos 15) e joga atualmente no Real Madrid. Se a gente tem a Marta-Modric em fim de carreira, eles estão com a Caicedo-Vini Jr. voando.

História na natação

Esqueça o tal Phelps. A norte-americana Katie Ledecky se tornou a primeira hexacampeã mundial de uma prova na natação, em competição que está sendo disputada em Fukuoka (Japão). Com apenas 26 aninhos (o Mundial é a cada dois anos), a nadadora foi ouro mais uma vez nos 800 m livre. Foi, no total, seu 16º ouro em Mundiais, contra 15 de Phelps.

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