Segundo os ufanistas, é o melhor campeonato do mundo, por causa do equilíbrio e da grande quantidade de candidatos ao título. Não é bem assim. A tentativa, antes de começar a competição, de dividir os times em grupos por qualidades e possibilidades, é conversa fiada. Erramos sempre.

Tenho muitas dúvidas. O Palmeiras é o único grande favorito? O Fluminense, depois de dar um banho de bola no Flamengo, passa a ser o principal candidato ao título depois do Palmeiras? Fernando Diniz adorou ser campeão.

Quais são as equipes que têm boas chances de ficar no grupo de cima, de conseguir vaga na Libertadores e até de levantar o troféu? Nas bolsas de apostas, há equipes que ao mesmo tempo estão cotadas por uns para ficar na turma de cima e por outros para ser rebaixadas. Quais são os mais prováveis times rebaixados? Não tenho certeza de nada.

O Grêmio é o melhor dos quatro grandes clubes que voltaram para a primeira divisão. Em que lugar coloco o Grêmio? Cruzeiro, Vasco e Bahia vão disputar posições no grupo do meio ou correm o risco de ser rebaixados?

Se o Corinthians melhorar bastante o desempenho fora de casa, poderá disputar os primeiros lugares, já que é muito forte em seu estádio? Já o São Paulo, com menos jogadores especiais, deve ficar pelo meio da tabela ou um pouco acima?

Uma explicação. Escrevi que o Athletico Paranaense é um dos grandes do futebol brasileiro, mas que tem raras chances de ganhar a Libertadores porque o elenco é muito inferior ao das principais equipes. Nem tanto. O time é o vice-campeão dá Libertadores e em jogos mata-mata tem boas possibilidades de vencer qualquer adversário. Já no Brasileirão, um campeonato longo e de pontos corridos, as chances de ser campeão são muito menores que na Libertadores.

Outra explicação. Escrevi que o Palmeiras não joga dinheiro fora, pois não gasta fortuna para contratar jogadores medianos como se fossem excelentes nem paga multas absurdas rescisórias para demitir treinadores, uma postura frequente em outros grandes clubes. Às vezes, contrata jogadores que não dão certo, o que é habitual no futebol.

No Brasileirão, não devemos ter novidades na maneira de jogar e nas variações táticas. As estratégias são bastante conhecidas. O Fluminense, de Fernando Diniz, é exceção. Nenhum outro técnico escalaria um lateral (Marcelo) para avançar pelo lado, pelo centro, e ter na cobertura um veterano, lento, Felipe Melo. Deu certo. O Fluminense não teve por esse setor problemas defensivos.

Nenhum outro treinador desloca um lateral esquerdo (Marcelo) e um ponta-direita (Arias) para se encontrarem pelo meio e, juntos com outros jogadores, terem uma superioridade numérica, envolvendo assim o adversário com trocas curtas de passes. Guardiola, na Europa, e Fernando Diniz, no Brasil, saem da mesmice, da casinha.

Na vitória do Manchester City sobre o Bayern por 3 a 0, o zagueiro Stones se adiantava e virava um meio-campista quando o time tinha a bola. Quando a perdia, Stones voltava à posição de zagueiro em uma linha de quatro defensores. Isso me lembra dos antigos líberos que passavam a jogar no meio-campo quando a equipe estava com a bola e quando a perdiam retornavam à posição de líbero, na cobertura, atrás dos defensores.

Quantos treinadores serão demitidos durante o Brasileirão? Haverá recorde? Onde começa a dispensa no Brasil? Na diretoria, nas redes sociais ou nos programas esportivos? Um estimula o outro.