Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí
Descrição de chapéu mudança climática

O Brasil voltou

Espero que o novo presidente leve indígenas para a próxima conferência como tomadores de decisão

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi o grande assunto da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que aconteceu em Sharm El-Sheikh, no Egito, e teve encerramento na sexta-feira (18).

Convidado pelo presidente do Consórcio Interestadual de Governadores da Amazônia, Helder Barbalho, e pelo presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, a chegada de Lula era um dos momentos mais esperados pelos líderes mundiais interessados na posição do Brasil em relação ao enfrentamento às mudanças climáticas, após quatro anos de governo Bolsonaro que levaram ao aumento do desmatamento e denúncias contra direitos humanos nas cortes internacionais pela situação vivida pelos povos originários do país.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva posa com lideranças indígenas na COP27, em Sharm el-Sheikh - Ahmad Gharabli/AFP

O clima entre a sociedade civil brasileira é outro em comparação a COPs passadas, com eventos debatendo a volta do Brasil como líder mundial na questão climática, além da curiosidade de participantes de todo o mundo sobre qual será o novo cenário do país.

Em seu primeiro dia de conferência, Lula teve reuniões a portas fechadas e se encontrou com autoridades de outros países, como China e Estados Unidos. No segundo dia, Lula recebeu a "Carta da Amazônia: uma agenda comum para a transição climática" dos governadores da Amazônia e fez um discurso público para o mundo no fim da tarde, no qual se comprometeu a zerar o desmatamento até 2030, acabar com a extração ilegal de madeira e mineração ilegal, reiterou a criação do Ministério dos Povos Originários, cobrou os US$ 100 bilhões prometidos pelos países ricos, propôs uma aliança global contra a fome e disse que quer sediar a COP de 2025 no Brasil.

No terceiro dia, o presidente eleito conversou com a sociedade civil, em um evento organizado pelo Brazil Climate Action Hub, em uma mesa composta pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Coalizão Negra por Direitos, Uneafro, Perifaconnection, Engajamundo, entre outras, e no fim da tarde se reuniu com lideranças indígenas de vários países.

O Brasil volta à agenda internacional e quer liderar o mundo no caminho de superação da maior crise que o planeta viveu, que vai definir nosso futuro. O Brasil trouxe esperança com a resistência dos povos originários e a luta pela democracia, pelas florestas e por justiça social, climática e racial.

No entanto, espero ainda que o novo presidente apresente uma NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) ambiciosa e leve os povos indígenas para a próxima Conferência das Partes, não apenas na delegação oficial, mas como tomadores de decisão. Com o fim da conferência, Lula seguiu agenda e foi recebido em Portugal.

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