Uirá Machado

Na Folha desde 2004, é formado em direito e em filosofia na USP, foi editor de Tendências / Debates, Opinião, Ilustríssima e Núcleo de Cidades, além de secretário-assistente de Redação

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Uirá Machado

Até NBA entra na luta contra as fake news

Torcedores e 'parceiros de negócios' questionam transparência da liga

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Deu no New York Times (e nesta Folha): a NBA vai tomar providências para garantir a "integridade da informação" que divulga publicamente. Em outras palavras, a principal liga de basquete do planeta passará a combater as fake news.

As notícias falsas que circulam por lá podem ser consideradas de menor importância. Por exemplo, descobriu-se na última temporada que Buddy Hield, do Sacramento Kings, completara 26 anos de idade, e não 25, como todo mundo imaginava. 

O atleta jura de pés juntos que nunca difundiu a mentira. Os sites de notícias, diz ele, é que erravam a data de seu nascimento. Pode ser.

Outros astros da NBA não parecem ter defesa. Kevin Durant, do Brooklyn Nets, sempre se vendeu como alguém de 2,06 metros, embora tenha cerca de 2,13. Motivo? Com mais de 2,10 ele fatalmente acabaria sendo escalado como pivô, uma posição na qual não queria jogar. 

Kevin Durant, jogador do Brooklyn Nets - AFP

O inverso também acontece. Draymond Green (2,01 metros), do Golden State Warriors, em geral tinha sua altura superestimada para rebater a percepção de que é muito baixo para sua função na quadra.

A NBA se deu conta de que só tinha a perder se não tomasse uma atitude. Em entrevista à Bloomberg, Mark Tatum, um dos chefões do basquete americano, disse que torcedores e parceiros de negócios questionariam a transparência da liga se ela não fosse capaz de garantir a precisão dos dados divulgados.

Um dos pontos centrais de seu argumento é a legalização e o crescimento das apostas esportivas. Com isso, diz ele, "a precisão das informações terá muito, muito mais importância do que no passado".
Talvez não seja a justificativa mais edificante do mundo, mas seu pragmatismo inspira esperança. Se grandes organizações como a NBA de fato começarem a se preocupar com a qualidade da informação, então o combate às fake news tem alguma chance de dar certo.

Mas essa é uma luta que, como sugere Tatum, depende da pressão de "torcedores e parceiros de negócios".

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