Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Leite tem previsão de produção menor, mas mais equilíbrio na balança externa

Captação cresce 23% em dez anos; consumo sobe 23%, e exportação aumenta 29%, segundo o Ministério da Agricultura

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Fábrica de leite no interior de SP
Fábrica de leite no interior de SP - Edson Silva - 18.set.12/Folhapress

As projeções de longo prazo dos principais produtos do agronegócio brasileiro, feitas neste ano, apresentam um ritmo de crescimento bem acima do que se previa nos anteriores.

O setor do leite, porém, deu marcha a ré. Em 2015, quando o Ministério da Agricultura fez as previsões de produção para 2025, estimava-se uma captação de 47 bilhões a 53 bilhões de litros de leite no país.

Nas projeções deste ano, divulgadas na segunda-feira (6), os números de 2025 indicam uma produção de 41 bilhões a 46 bilhões de litros, bem abaixo das estimativas iniciais.

Essa disparidade ocorre porque as projeções feitas em 2015 se baseavam no ritmo de crescimento de 2014, período em que o país atingiu 35 bilhões de litros, o pico da produção nacional.

Nos anos seguintes, o setor perdeu ritmo, e a produção recuou para até 33,6 bilhões de litros em 2016.
Os números mais recentes do Ministério da Agricultura indicam que o setor ficará com produção de 43 bilhões a 48 bilhões de litros em 2028. É um cenário menos otimista do que o de 2015, mas mais realista em termos de consumo e de importações.

O consumo de leite deverá aumentar 23% nos próximos dez anos. As exportações, 29%. Já as importações, um dos gargalos do setor, ficarão estáveis no mesmo período.

O setor de leite é um dos que ainda precisam de um choque de tecnologia e, consequentemente, de aumento de produtividade.

Muito suscetível às oscilações de mercado, principalmente às de custos, a pecuária de leite tem de melhorar a gestão nas fazendas, buscar redução de gastos na produção e aumentar a produtividade dos animais.

Os pecuaristas que buscam essas práticas e estão se profissionalizando têm permanecido no mercado. Outros, pressionados pelas baixas margens do setor, saíram da atividade.

As perspectivas de crescimento são boas, uma vez que a pecuária tem ainda muita tecnologia para incorporar. Isso garante custos menores e melhor qualidade do produto.

Apesar de ter o maior rebanho comercial mundial, o Brasil tem déficit na balança comercial de leite e de derivados. Uma evolução da produção e produtos de qualidade podem elevar o consumo interno e permitir acesso do país ao mercado externo.

Os novos rumos da atividade, que vem buscando maior escala de produção nas fazendas, devem promover essa mudança.

O Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2017, divulgado no mês passado, apontou que os líderes de produção são Minas Gerais (9 bilhões de litros), Rio Grande do Sul (4 bilhões) e Paraná (3,4 bilhões).

Os principais números das projeções do agronegócio do Ministério da Agricultura apontam para uma produção de grãos de 302 milhões de toneladas em 2028.

A produção de milho deverá atingir 113 milhões de toneladas, 27% mais do que a atual, e de soja sobe para 156 milhões, 33% mais.

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