O mercado de commodities esperava boas notícias nesta quinta-feira (31), quando o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) retomou a divulgação de estatísticas do setor.
A divulgação havia sido interrompida devido à não aprovação do Orçamento do país, o que gerou uma paralisação do governo. Democratas e o presidente Donald Trump não chegaram a um acordo sobre o financiamento da construção de um muro na divisa dos EUA com o México.
A divulgação das estatísticas que ficaram represadas vai chegar ao mercado a conta-gotas, o que não agradou ao setor.
Umas das necessidades dos participantes do mercado é saber como estão as vendas de soja americana para a China. Sem esses números, a Bolsa de Chicago "andou de lado", no jargão dos operadores.
A China não comprou soja americana de maio à primeira semana de dezembro. Nas duas seguintes, porém, acumulou importações de 3,5 milhões de toneladas.
O quanto os chineses estão comprando neste reinício de importações é importante para a formação dos preços, que, mesmo com a quebra de safra no Brasil, não reagem.
O volume de 3,5 milhões de toneladas de soja adquiridas pela China no mercado americano, nesta safra, é bem inferior aos 24 milhões comprados em igual período anterior.
Daniele Siqueira, da AgRural, diz que o mercado espera também os dados de oferta e demanda, que serão divulgados no dia 8 de fevereiro.
No relatório, o Usda deverá reajustar o tamanho da safra brasileira, que tem previsão menor de produção do que a inicial e definirá qual foi o volume da safra americana de 2018/19.
Argentina A produção de soja deverá atingir 53 milhões de toneladas neste ano, segundo cálculos da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. No ano passado, devido a problemas climáticos, a safra ficou em apenas 35,1 milhões.
Milho As estimativas da Bolsa indicam um volume recorde de 45 milhões de toneladas, bem acima dos 31,7 milhões de 2018. Área e produtividade maiores vão dar sustentação à safra.
Desafios A produção recorde do cereal na Argentina se transforma em desafio para o Brasil. Os argentinos vão participar muito mais do mercado internacional, competindo com o produto brasileiro.
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