Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Pandemia reduz evolução do PIB da agropecuária para 1,3%

Taxa estimada em março era de 3,8%, segundo o Ipea; sem estresse, alta poderá ser de 2,5% neste ano

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Se a agropecuária refletir o estresse que vive a economia brasileira, provocado pela Covid-19, o PIB (Produto Interno Bruto) agropecuário deverá crescer apenas 1,3% neste ano. Essa taxa fica bem distante dos 3,8% estimados antes da pandemia.


Se não houver um reflexo muito intenso da economia sobre as atividades agropecuárias, a evolução do PIB do setor ficaria entre 2,3% e 2,5%. Um desses reflexos pode ser a queda de demanda.

As estimativas são da Dimac (Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas) do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Para chegar à primeira estimativa, de 2,3%, o Ipea usou dados de produção agrícola da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). No caso da segunda, o 2,5%, se baseia em informações de produção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Lavoura deve crescer 3,1% neste ano no PIB agropecuário, segundo o Ipea - Mauro Zafalon-15.jul.19/Folhapress


Essa diferença de taxa se refere a estimativas divergentes dos dois órgãos, principalmente relação às produções de milho e de cana-de-açúcar.

Na avaliação do Ipea, a lavoura cresce 3,1% neste ano no PIB agropecuário, com base em dados do IBGE, ou 2,9%, tomando-se como referência dados de produção da Conab.

Já pecuária terá evolução menor, ficando em 1,5%. Neste caso, as bases de dados usadas pelo instituto foram IBGE, Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e estimativas próprias.

Do lado externo, a atividade agroeconômica vai bem. De janeiro a abril de 2020, as exportações brasileiras cresceram 7% em valor, em comparação com igual período do ano anterior.

Soja e carne bovina foram destaques positivos. Já milho e celulose foram pontos negativos neste quadrimestre, segundo os pesquisadores do Ipea.

No mercado interno, mesmo com a pandemia, os preços agropecuários, medidos pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), aumentaram em março.

A chegada do vírus no Brasil e o isolamento social causaram picos de demanda, que impulsionaram os preços de vários produtos em março. A partir de abril, os efeitos sobre os preços foram difusos.

O efeito de um eventual estresse da economia ser repassado para o agronegócio só não será maior no PIB porque o setor está sendo sustentado pelas produções de soja e de café. Já a carne poderá sofrer uma queda na produção nesse cenário adverso.

O PIB das lavouras do primeiro trimestre deste ano foi estimado em 3,9% pelo Ipea, considerando dados de safra do IBGE. Tomando-se como base as informações da Conab, a taxa é de 3,4%.

Já a produção de carne bovina teve queda de 6,5% no trimestre, mas a suína se destacou, com alta de 5%.

A taxa de 1,3% em um cenário de estresse ocorre devido à previsão de queda na pecuária neste ano. A lavoura, contudo, se mostra com um desempenho mais otimista na avaliação deste mês, em relação à de abril, segundo os pesquisadores do Ipea.

A cana, porém, é uma das culturas que têm sofrido mais o impacto da crise decorrente da Covid-19. Além da queda do petróleo, há uma desaceleração no uso de etanol.

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