Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Ipea prevê PIB menor para o agronegócio

Crescimento é de 1,5% neste ano e de 1,2% no próximo, taxas abaixo das previstas anteriormente

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O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou para baixo a taxa de evolução do PIB (Produto Interno Bruto) agropecuário. Previsto anteriormente em 1,9%, o crescimento do setor, agora, deverá ser de 1,5%.

A revisão ocorre devido a um enfraquecimento nos principais componentes da formação do PIB: lavoura, pecuária e no setor considerado “outros”, onde entra aquicultura.

O aumento do valor a ser adicionado pelas lavouras ao PIB será de 3,8%, abaixo dos 3,9% previstos anteriormente. A principal influência negativa virá da menor safra de trigo. Os destaques no setor de lavouras são soja, cana-de-açúcar, milho e café.

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Colheita em fazenda no município de Cristalina, interior de Goiás - Mauro Zafalon - 30.ago.2018/Folhapress

Já a pecuária acentua a queda, com o valor a ser adicionado caindo 2% neste ano, contra 1,5% previsto anteriormente.

A pressão negativa vem de um recuo mais forte na produção de carne bovina no terceiro trimestre, em relação ao que era projetado, afirmam os analistas do Ipea.

O PIB agropecuário de 2021 também ficará abaixo das expectativas iniciais. Após ter previsto uma taxa de 2,1%, o Ipea está revisando essa taxa para apenas 1,2%. Esse setor é o único a registrar taxa positiva.

As previsões do instituto tomam como base os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e avaliações próprias sobre alguns setores. ​

No setor de pecuária, o principal destaque negativo será a queda de 5,5% na produção de carne bovina. O desempenho negativo da produção de carne bovina é explicado tanto por fatores de oferta quanto de demanda, segundo o Ipea.

Devido às elevadas exportações dos dois últimos dois anos, houve um aumento de abates de animais mais jovens, inclusive novilhas. Para recompor o rebanho, o pecuarista agora reduz os abates de matrizes e de novilhas.

Além disso, há uma menor demanda por carne bovina no mercado interno, devido à pandemia. Essa redução afeta principalmente as carnes mais nobres e mais caras.

A produção de carne suína, ainda garantida pelas importações chinesas, deve impulsionar o PIB. No terceiro trimestre deste ano, a evolução da produção desta proteína foi de 9,4%.

​No próximo ano, quando a estimativa de crescimento do PIB do agronegócio é de 1,2%, a ajuda da lavoura perde força. O Ipea estima evolução de apenas 0,4% nesse setor. A safra de soja aumenta, mas a de arroz cai.

Em 2021, a pecuária inverte o comportamento que tem neste ano. Todos os segmentos crescem, com evolução média de 4,4%.

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