Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Mesmo em período de safra, preços não cedem no campo

Produtor cumpre contratos de venda antecipada e espera por melhores valores

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Apesar do andamento da safra, e em alguns casos a produção é recorde, os preços não recuam no campo. Os produtos direcionados para o mercado interno perderam um pouco de pressão, mas os que são exportáveis, favorecidos pelo dólar, continuam em alta.

A soja, cujo volume de colheita deverá atingir o recorde de 133 milhões a 135 milhões de toneladas, se mantêm a R$ 170 a saca no porto de Paranaguá, segundo o Cepea, com alta de 2% no mês.

Em Cascavel, no Paraná, a saca é negociada a R$ 159, valor superior ao de há um mês, segundo a Agrural.

O preço da oleaginosa já esteve mais elevado na primeira semana deste mês, mas os produtores continuam reticentes nas vendas, à espera de preços melhores.

Na avaliação deles, o fôlego da Argentina e dos Estados Unidos está terminando, e o Brasil ficará só no mercado.

A Bolsa de Chicago também ajuda a manter os preços elevados, uma vez que o contrato de maio, um dos mais importantes para o Brasil, está há dez meses em alta.

O milho, importante para o mercado interno, está a R$ 93 a saca, com alta de 9% neste mês. As incertezas da safrinha ajudam a manter os preços elevados.

O arroz, mesmo com o avanço da safra no Rio Grande do Sul, é negociado a R$ 87 por saca, um patamar bem acima da média deste período do ano, segundo o Cepea.

A alta dos grãos eleva os custos das proteínas. Estas, no entanto, têm também o dólar para impulsionar os preços. A arroba de boi se mantém acima de R$ 310, com reajuste de 3% no mês, e o frango acumula elevação de 5%.

A carne suína está em queda na granja, mas esse recuo pode demorar para o consumidor. A alta da carne bovina sustenta o preço da suína no varejo.

A picanha suína a R$ 30 no açougue é bem mais atraente para o bolso do consumidor do que os R$ 80 do mesmo corte da carne bovina.

A elevação de preços não é exclusividade do Brasil. Os dados de inflação divulgados pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesta quinta-feira (25), mostram o quanto o consumidor norte-americano foi penalizado em 2020.

O custo da alimentação em casa, devido ao aumento das refeições no lar, subiu 3,5%, uma taxa bem superior à média de 2% dos últimos 20 anos.

Pesaram as carnes bovina (mais 9,6%), suína (6,3%) e de frango (5,6%).

Safra O Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná atualizou os números da safra de grãos de 2020/21. O volume estadual será de 42 milhões de toneladas, puxado por soja (20,1 milhões) e por milho (16,4 milhões). A produção de trigo ficará em 3,8 milhões.

Safra 2 A Emater do Rio Grande do Sul também informou os dados da safra de grãos de verão no estado. Foram colhidos 24,6 milhões de toneladas, um número considerado excepcional por representantes do setor. A soja liderou com 20,2 milhões de toneladas, 80% mais do que no ano anterior.

Fé na tecnologia Os novos tempos de mudança climática, pragas, perda de fertilidade de solo e custos elevados fazem os produtores do mundo buscarem alternativas tecnológicas.

Agricultura digital A plataforma da Bayer, impulsionada pelo Brasil, chegou a uma cobertura de 60 milhões de hectares mapeados nos campos dos Estados Unidos, do Canadá, da Europa e da América Latina, monitorados pelo FieldView.

Dados à mão Essas novas tecnologias permitem ao agricultor coletar e processar automaticamente os dados de cada talhão de sua propriedade, do plantio à colheita.

Números robustos O lucro líquido da LDC (Louis Dreyfus Company) somou R$ 382 milhões em 2020, com evolução de 66,1% em relação ao de 2019. O Ebitda de operações contínuas subiu para US$ 1,32 bilhão, com aumento de 58,4% em relação ao ano anterior.

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