Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Usinas mantêm produção de etanol em alta, apesar da valorização do milho

Mesmo com mudança no preço do milho, usinas estão trabalhando com média nacional de 86% da capacidade instalada

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Apesar da alta do preço do milho no mercado interno nos últimos dois anos, as usinas que utilizam o cereal para fazer etanol ampliaram a produção do combustível e fizeram novos investimentos.

Na safra encerrada em março, a produção foi de 2,7 bilhões de litros. Nesta, que teve início em abril, e que terminará em março do próximo ano, a produção deverá subir para 3,38 bilhões de litros.

Esse aumento vem de duas grandes ampliações e de uma nova operadora no mercado. Agora já são 19 usinas de etanol de milho em operação no país, 12 delas em Mato Grosso.

Colheita de milho no município de Mateiros, região do Jalapão (TO) - Lalo de Almeida - 12.mai.2015/Folhapress

As informações são de Guilherme Nolasco, presidente-executivo da Unem (União Nacional do Etanol de Milho). Segundo ele, o setor está otimista e projeta produção de pelo menos 8 bilhões de litros de etanol proveniente de milho em 2028, 20% da demanda nacional do combustível.

Nolasco diz que os fundamentos do mercado permitem esse avanço. Mesmo com a mudança interna no preço do milho, as usinas estão trabalhando com média nacional de 86% da capacidade instalada. Em alguns casos, esse patamar supera os 90%.

As empresas trabalham com compras antecipadas do cereal e com armazenamento. Portanto, elas não estão pagando os preços praticados atualmente pelo mercado físico.

Mas o setor se beneficia dessa alta de preços do milho. O DGG, produto que contém proteína e é um derivado do processamento do milho, segue os preços de mercado.

A indústria de etanol tem a seu favor, ainda, o ganho de eficiência que vem obtendo nos anos recentes. Em 2015, uma tonelada de milho rendia 360 litros de etanol. Hoje, são 435 litros, 21% a mais.

O setor se beneficia também da elevação dos preços do etanol, após uma valorização do petróleo e uma recuperação dos preços do açúcar no mercado internacional.

Uma outra vantagem, segundo Nolasco, é que a produção, por ser sustentável, facilita o recebimento de investimentos voltados para esse setor.

O presidente da Unem destaca a importância da complementação do etanol de milho para o setor de combustível. No período da entressafra do setor de cana, a partir de dezembro, as usinas de milho conseguem colocar de 1 bilhão a 1,2 bilhão de litros no mercado, eliminando a volatilidade acentuada dos preços.

Nesta safra, serão utilizados 8 milhões de toneladas de milho para a produção de etanol.

ONU discute alimentação

Produtores e trabalhadores do sistema alimentar são imprescindíveis. Para isso, precisam de meios para produzir com sanidade, obter produtos com qualidade nutricional e ter sustentabilidades econômica, social e ambiental. As recomendações fazem parte de 16 mensagens que as Américas querem levar à Cúpula sobre Sistemas Alimentares da ONU, em outubro.

Em um encontro, classificado como pré-Cúpula, que ocorrerá neste mês, em Roma, representantes de 31 países da região vão apresentar propostas de consenso para o evento de Nova York. Essas mensagens foram colhidas em encontros realizados pelo IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura).

Manuel Otero, presidente da entidade, diz que as negociações ocorrem em um cenário muito desafiador para o mundo, que passa por sérios eventos climáticos e por uma intensa pandemia.

Apesar do consenso, cada país tem características e realidades diferentes.

Desafios A demanda por alimentos é crescente, mas os desafios de natureza institucional, econômica e natural na produção são elevados.

Desafios 2 A produção tem de ser sustentável, com preservação de recursos e com a obtenção de um balanço de carbono. As afirmações são do ministro de Agricultura da Guatemala, José Ángel Lopez, feitas em um encontro do IICA, nesta segunda-feira (19).

O milho fica Com seca, geada e quebra de produção, a exportação brasileira de milho deste mês é 75% inferior à de igual período do ano passado, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

O milho vem  Já as importações subiram 35% nas três primeiras semanas deste mês, em comparação a julho de 2020, somando 2.610 toneladas por dia útil.

Bezerro O preço do animal voltou a ser negociado abaixo dos R$ 3.000 neste início de semana. Em abril, o mercado comercializava o bezerro a R$ 3.200 em Mato Grosso do Sul, segundo o Cepea.​

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