Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Era pouco provável, mas o milho chegou a R$ 100 a saca

A alta nos preços do cereal agita o mercado, que elevou o consumo nacional devido à produção de proteínas

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O que parecia pouco provável aconteceu. A saca de milho está sendo negociada a R$ 100 na Bolsa de futuros B3. Na terça-feira (6), o contrato de maio, o mais próximo, chegou a superar os R$ 100, e nesta quarta-feira (7) fechou em R$ 99.

A alta ocorre devido a incertezas com a safrinha. Após uma redução de 15% no volume da safra de verão na região Sul, principal produtora neste período do ano, as atenções se voltam para a segunda safra, a de inverno. Esta tem Mato Grosso como o principal produtor.

O atraso no plantio de soja provocou um retardamento também no de milho. Dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontam que pelo menos 45% do milho semeado em Mato Grosso nesta safra de inverno ocorreu fora do período ideal, que é até 28 de fevereiro.

Plantação de milho, segunda safra, próxima a Lucas do Rio Verde (MT) - REUTERS

Em algumas regiões, como as do centro-sul e do sudeste do estado, o atraso no plantio chegou a 70% e a 59%, respectivamente. O Imea alerta que áreas semeadas fora do tempo ideal ficam mais suscetíveis e correm maiores riscos climáticos.

Para Daniele Siqueira, da AgRural, o mercado está nervoso porque já há sinais de seca em regiões do Paraná, de São Paulo e de Mato Grosso do Sul.

O atraso no plantio gera uma demora maior também para o milho chegar às mãos dos consumidores, o que certamente fará o preço atingir os R$ 100 por saca no mercado físico.

Os dados desta quarta-feira indicavam R$ 95 na região de Campinas, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), e R$ 94 em Cascavel, segundo a AgRural.

Com a aceleração dos preços, as importações da Argentina, também grande produtora e exportadora, ficam viáveis. Os argentinos deverão colher 45 milhões de toneladas neste ano, abaixo dos 51,5 milhões da safra anterior.

A mais recente estimativa do Imea indicou uma área de 5,7 milhões de hectares destinadas ao milho em Mato Grosso, 5% mais do que no período anterior. Já a produção sobe para 36,3 milhões de toneladas, com evolução de 2,3%.

Esses dados contemplam uma produtividade média de 106 sacas por hectare. Qualquer efeito climático comprometedor reduzirá o volume.

Resultados robustos As vendas mundiais da Syngenta somaram US$ 23,1 bilhões no ano passado, 5% mais do que as de 2019. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de US$ 4 bilhões, 3% a mais.

Saúde animal A divisão mundial de saúde animal da Boehringer Ingelheim também teve alta de 5% no ano passado. As vendas líquidas somaram 4,12 bilhões de euros (R$ 27,6 bilhões).

Etanol de milho A CerradinhoBio produziu o recorde de 647 milhões de litros de etanol no ano passado. Deste total, 205 milhões vieram do milho, um volume 189% superior ao da safra anterior. O etanol de cana, ao somar 442 milhões de litros, teve evolução de 3%.

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