Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Preços bons melhoram situação financeira das usinas

Estudo do Itaú BBA aponta aumento das receitas líquidas e redução das dívidas

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A saúde financeira das usinas melhorou na safra 2020/21, e o cenário para o período 2021/22 também é positivo, embora ainda haja algum desequilíbrio no setor.

Já para a safra 2022/23, um dos grandes desafios continua sendo o clima. Além disso, os custos dos insumos e do dinheiro vão pesar muito na atividade.

As previsões são dos analistas do Itaú BBA, que destacam ainda a volatilidade do mercado de capital e a gestão de risco do período.

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Plantação de cana-de-açúcar no município de Borá, região centro-oeste do Estado de São Paulo - Alf Ribeiro - 23.mar.2019/Folhapress

Os bons preços no setor permitiram às usinas obter o melhor resultado operacional dos últimos anos, o que resultou em uma boa geração de caixa e redução das dívidas.

As receitas líquidas totais —tomando como base 59 grupos do centro-sul, e que representam 60% da moagem de cana em 2020/21— atingiram R$ 79,2 bilhões, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 23,1 bilhões.

A dívida líquida, que era de R$ 50,7 bilhões em 2019/20, recuou para R$ 45,6 bilhões na safra 2020/21.

Nos cálculos dos analistas, a moagem de cana-de-açúcar recua para 525 milhões de toneladas nesta safra, mas sobe para 545 milhões na próxima.

O ATR médio (Açúcar Total Recuperável) volta a cair na safra 2022/23, ficando em 143 kg por tonelada de cana, um recuo de 2,1% em relação à safra 2021/22.

A distribuição da moagem da cana entre açúcar e etanol muda pouco na próxima safra. Na atual, 45,4% da cana colhida foi para a produção de açúcar. Na próxima, o percentual deverá ser de 45,2%.

A produção sobe, tanto a de açúcar como a do combustível. Nos cálculos do Itaú BBA, a produção de açúcar será de 32,5 milhões de toneladas nesta safra e de 32,9 milhões na próxima.

No mesmo período, a produção total de etanol passa de 24,1 bilhões de litros para 24,6 bilhões, com aumento de 2%. As usinas deverão colocar, em 2022/23, a mesma quantidade de etanol hidratado desta safra, estimada em 14,1 bilhões de litros, mas elevam para 10,5 bilhões a oferta de etanol anidro, uma alta de 4,8%.

A produção de etanol de milho mantém crescimento consistente. Na próxima safra, a produção deverá atingir 4 bilhões de litros, com evolução de 17,6% em relação ao que será produzido em 2021/22.

Segundo acompanhamento de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a saca de açúcar está sendo negociada a R$ 156 no estado de São Paulo, um valor 46% superior ao de há um ano.

O etanol hidratado teve evolução ainda maior, subindo 63% no período. O litro do combustível vale R$ 3,34 nas usinas paulistas.


Leite O produtor recebeu, neste mês, R$ 2,1210 por litro de leite entregue à indústria em novembro. O valor é 3% inferior ao do mês anterior e acumula queda de 8,7% em relação a dezembro de 2020, segundo o Cepea.

Ainda em alta A média dos preços deste ano é de R$ 2,2481 por litro, com aumento real de 15,5%, em comparação a 2020. Devido a uma demanda menor por lácteos, os preços médios pagos aos produtores estão com tendência de queda no último trimestre deste ano.

Rentabilidade Segundo o Cepea, 2021 será marcado por altas do produto no campo, mas de rentabilidade baixa para o produtor. O mesmo ocorre com os laticínios, que pagam caro pelo leite, mas têm dificuldades de repassar preços para o varejo devido ao fraco poder de compra dos consumidores.

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