Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu sustentabilidade clima

Produtor rural deve ser sócio estratégico e uma extensão da indústria, diz diretor de empresa

Parcerias permitem ações integradas de produção, comercialização e busca de sustentabilidade na cadeia

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O agronegócio mudou muito nos últimos dez anos e vai mudar ainda mais nos próximos dez. A sustentabilidade tem de estar no centro dos negócios.

Indústrias, cooperativas, produtores, associações e governos devem construir juntos uma agenda que leve a isso.

A avaliação é de Ricardo Galvão, diretor de agronegócio da PepsiCo, empresa do setor de alimentos e de bebidas. Entre as saídas estão a adoção de uma agricultura regenerativa e a busca pela transformação de toda a cadeia.

Caixas de Pepsi à venda em loja em Carlsbad, na Califórnia, Estados Unidos - Mike Blake - 22.abr.2017/Reuters

Para isso, o trabalho deve ser conjunto. "A indústria precisa do produtor, e ele precisa de nossos negócios", diz Galvão. No caso específico da PepsiCo, ele afirma que o produtor é uma extensão da empresa. É um sócio estratégico.

Com essa parceria, a empresa espera reduzir em 40% a emissão de gás de efeito estufa em toda a cadeia até 2030.

Do lado do campo, a agricultura regenerativa virá de uma melhor cobertura de solo, uso de insumos menos agressivos, redução de químicos e mais produtos orgânicos.

Do lado da indústria, algumas soluções podem ser importantes nessa melhora de redução de emissões de gases, como adoção de veículos elétricos, veículos movidos a GNV e geração de energia por meio de painéis solares.

O clima está mudando muito e não há como questionar isso. A ocorrência de fenômenos extremos, como excesso de chuva e seca intensa, é cada vez mais constante, segundo o representante da empresa.

A agricultura tem grande responsabilidade na sustentabilidade, e os desafios pela frente serão ainda maiores com o aumento de demanda por alimentos.

A atividade, no entanto, tem de ser rentável. Essa rentabilidade pode ser trazida por novas tecnologias. Dobrar a produtividade de batata nos anos recentes, um dos principais produtos adquiridos pela empresa, foi um desafio. Os próximos avanços não serão fáceis também, segundo ele.

Galvão afirma que, entre os principais pontos da PepsiCo na busca por uma sustentabilidade, está a implementação de práticas de uma uma agricultura regenerativa.

A meta é levar a adoção de práticas agrícolas regenerativas a 2,8 milhões de hectares no mundo até 2030. A área corresponde ao espaço de plantio necessário para o fornecimento de matérias-primas à empresa.

Além disso, a matéria-prima a ser utilizada em 2030 deverá ser totalmente de origem sustentável. A empresa tem ainda como objetivo uma melhora nos meios de subsistência de seus produtores e uma participação maior das mulheres nessa cadeia produtiva.

Para Galvão, as práticas sustentáveis têm de vir acompanhadas de um aumento de produtividade, o que deve gerar também seguranças econômica e social no campo.

Ele destaca a eficiência das parcerias. A Pepsico tem programas conjuntos com produtores de batatas, milho e aveia, e estuda a parceria também com produtores de trigo. Este cereal atualmente é adquirido de cooperativas e de produtores independentes.

As parcerias significam segurança e previsibilidade para a indústria e para o produtor. A indústria tem o produto no período certo, e o produtor tem um preço justo. Produzir é fácil, o difícil é comercializar com segurança, segundo o diretor da empresa.

Uma das principais compradoras de batata do país, a PepsiCo adquire 122 mil toneladas do produto por ano, vindas de seis estados. Climas diferentes e sementes adaptadas permitem que sempre haja produção em um desses estados, que vão do Rio Grande do Sul a Goiás.

Segundo a PepsiCo, 100% da batata utilizada hoje pela empresa já é produzida de forma sustentável.

A casca do coco, outro produto importante na cadeia da empresa, que antes era um problema, agora virou solução. São moídas 70 mil toneladas desse resíduo, que se transforma em cobertura de solo e fertilizante organomineral.

A Pepsico estabeleceu uma parceria com o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), a fim de combater a degradação de solos na América Latina e no Caribe.

O objetivo é elevar a produção agroalimentar sustentável na região, estabelecendo condições de colaboração em temas como mudanças climáticas, segurança alimentar, inovação e tecnologia.

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