Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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China entra em um novo ciclo na suinocultura

Rabobank avalia que setor manterá importações no patamar anterior ao da peste suína

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A China entrará em um novo ciclo na suinocultura. Os preços no setor serão menos voláteis, mas haverá uma presença maior do governo com políticas para o setor.

Isso ocorre após a China mergulhar em uma grave crise de oferta, provocada pela peste suína africana, que afeta o país desde 2018.

A China está se recompondo, e o cenário muda. O Brasil, contudo, ainda terá chances de exportar para o mercado chinês, embora em quantidades menores.

Rabobank em Utrecht, na Holanda - Eva Plevier -21.ago.18/REUTERS

A avaliação é do Rabobank, que prevê importações chinesas no patamar anterior ao da crise da peste suína, algo próximo dos 3 milhões a 3,5 milhões de toneladas.

O Brasil, porém, vai ter de disputar com exportadores tradicionais ao mercado asiático, como Espanha, Canadá, Holanda e Alemanha. Esta última, por ora, está fora do mercado devido à peste suína africana em seu território.

Em 2018, o Brasil forneceu 13% da carne suína importada pela China. No primeiro semestre deste ano, o volume foi de 21%. A Espanha, que fornecia 18% em 2018, ficou com 29% do mercado neste ano.

O novo ciclo da suinocultura chinesa refletirá mais as diretrizes do governo, que reestrutura o setor. Haverá uma consolidação das indústrias, com maior presença de grandes produtores no mercado.

Sustentabilidade e segurança alimentar estarão nas diretrizes, e o consumidor, mais segmentado, fica mais sofisticado, exigindo produto de maior valor agregado.

Na avaliação do Rabobank, haverá oportunidades tanto para as cadeias locais como para as globais, inclusive para outras proteínas, devido à escassez de carne suína nos últimos anos.

Os chineses esperam recompor a produção com aumento de produtividade, que virá da genética e de novas tecnologias a serem adotadas pelo setor. Qualidade dos produtos e redução de custos também estão no foco.

Com tantas inovações e políticas de governo, o Rabobank estima uma redução dos pequenos produtores e uma competição maior entre os grandes.

O novo ciclo deverá provocar preços mais elevados, mas menos voláteis. Os desafios, no entanto, são adaptações a um mercado que mudou com as crises da peste suína e da Covid.

O reinício da suinocultura deve se adaptar também a um possível ritmo menor da economia, com a possibilidade de menores investimentos na produção e dificuldades na demanda.

Os analistas do banco esperam uma retração dos custos, principalmente com a adoção de novas tecnologias, gestão e escala. As crises climáticas, que afetam a produção de grãos, porém, não deixam de ser motivos de preocupação.

Mercado aquecido O Banrisul superou as expectativas com a participação na Expointer deste ano. Os negócios somaram R$ 832 milhões, 88% acima do valor de 2021.

Máquinas Entre os principais negócios, R$ 574 milhões foram para máquinas e equipamentos. O custeio ficou com R$ 89 milhões, e as linhas de financiamentos para irrigação, correção de solos, sistemas de energias renováveis e outros setores atingiram R$ 169 milhões.

Retomada Para Claudio Coutinho, presidente do Banrisul, essa evolução dos negócios mostra a retomada dos eventos no setor de agronegócios após a pandemia. Indica também, segundo ele, o aquecimento do mercado.

Café Os estoques certificados caíram, em Nova York, para 720 mil sacas, o menor patamar em 20 anos. Com isso, os preços médios do produto subiram 5% em agosto, segundo a OIC (Organização Internacional do Café).

Carne Bovina As exportações somaram o recorde de 230,2 mil toneladas em agosto, considerando a proteína "in natura" e processada. O volume supera em 9% o do mesmo mês de 2021, enquanto as receitas somaram US$ 1,36 bilhão, com alta de 16%, segundo a Abrafrigo.

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