Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

EUA aceleram produção até 2032, mantendo concorrência com Brasil

Sem crescimento de área, produtores terão novas tecnologias à disposição

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Os desafios para o agronegócio nos próximos anos serão inflação, efeitos de eventos climáticos extremos, alta dos custos de produção, conflitos geopolíticos e suas consequências sobre o mercado internacional, além de interrupção de cadeias de suprimentos.

Tudo isso já foi vivido recentemente, e o resultado foi uma aceleração dos preços das commodities para patamares recordes. Após essa alta, que colocou os valores acima da média histórica, os preços devem cair, se acomodando nos anos finais desta década.

Além desses componentes, e olhando para as prováveis condições macroeconômicas, para os acordos internacionais e para as políticas internas, técnicos do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traçaram um cenário de como o país estará posicionado nos próximos dez anos na produção e exportação de grãos e de proteínas.

Pelos números do órgão norte-americano, a concorrência com o Brasil continuará, uma vez que os dois países participam do mercado internacional com praticamente os mesmos produtos.

Os produtores norte-americanos não terão muito por onde expandir a área de cultivo, que deverá permanecer próxima dos 101 milhões de hectares, considerando as principais culturas.

Eles apostam, no entanto, em um maior rendimento no setor, tanto das lavouras como da produção de proteínas. Novas práticas de produção, tecnologia, melhor genética e novidades na oferta de produtos químicos devem ser a alavanca para esse crescimento.

Assim como no Brasil, poucos produtos dominam as lavouras norte-americanas. Soja, milho, trigo e algodão ficam com a maior parte da área cultivada. Nos próximos dez anos, soja e trigo deverão ter pouca alteração de área, enquanto milho e algodão ganharão espaço.

O milho, que vai chegar a 410 milhões de toneladas, terá ganho de rendimento de 10%, acima dos 8% da soja e dos 7% do trigo. O destaque fica para o algodão, que, com expansão de área e de produtividade, elevará a produção em 47%.

As exportações de soja e de milho na safra 2032/33 devem, em média, superar 10%, mas a de algodão poderá crescer 51%, na avaliação do Usda.

A concorrência dos Estados Unidos com o Brasil continuará também nas proteínas, que atingirão patamares recordes de produção. Com isso, o poder de exportação também evoluirá.

Para o órgão norte-americano, os Estados Unidos vão produzir 23 milhões de toneladas de frango em 2032/33, com potencial de exportação de 4 milhões de toneladas, 14% a mais.

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Granja de frango caipira em Uberaba (MG) - Celio Messias- 21.jun.18/Folhapress

Os avanços das exportações de carnes bovina e suína serão mais discretos, comparando-se os dados atuais com os de 2032.




Mudanças A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) começa a manifestar insatisfação com as mudanças ocorridas no Ministério da Agricultura no governo de Lula.

Mudanças 2 Para o presidente da entidade, Pedro Lupion (PP-PR), as alterações feitas pelo governo no Ministério da Agricultura enfraquecem o setor. O deputado diz não entender a separação da agricultura familiar do agronegócio.

Mudanças 3 A ex-ministra do governo Bolsonaro e atualmente senadora, Tereza Cristina (PP-MS), destacou que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deveriam permanecer no Ministério da Agricultura.

Soja As consultorias continuam avaliando a safra de soja deste ano, um período novamente castigado pela seca em algumas regiões, principalmente em áreas do Rio Grande do Sul, mas com boa produtividade em outras, como as de Mato Grosso.

Soja 2 A Agroconsult, que anualmente promove o Rally da Safra, reduziu sua estimativa de produção nacional da oleaginosa para 153 milhões de toneladas. Mas, em Mato Grosso, a estimativa de produção foi revisada para 63,5 sacas por hectare, acima das 60 previstas anteriormente.

Soja 3 A startup 4intelligence também prevê um volume recorde nesta safra 2022/23, mas abaixo de 150 milhões de toneladas. Com área semeada 4,6% maior e produtividade com rendimento 7,2% superior ao da safra anterior, a produção deverá atingir 146 milhões de toneladas, segundo a startup.

Faturamento A Zoetis, do setor de saúde animal, registrou faturamento global de US$ 8,1 bilhões em 2022, com crescimento de 8%. No Brasil, as receitas atingiram US$ 330 milhões, 3% a mais do que em 2021.

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