Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Brasil consome menos milho do que estava previsto

Conab revisa dados e indica 6,1 milhões de t a menos nas últimas seis safras

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A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reajustou os dados de milho das últimas safras. Conforme o órgão governamental, o país consumiu 6,1 milhões de toneladas do cereal a menos do que se estimava anteriormente no acumulado das últimas seis safras.

A maior mudança se deu na safra 2018/19, quando, conforme os novos cálculos, o país consumiu 61,9 milhões de toneladas do cereal no mercado interno, 3 milhões a menos do que a entidade estimava antes.

O menor consumo nas safras recentes e a manutenção dos números da oferta provocaram um reajuste para cima nos volumes de estoques de passagem de uma safra para outra.

Milho em barraca em São José dos Campos - Lucas Lacaz Ruiz - 16.abr.16/Folhapress

O resultado é que os estoques finais da safra 2021/22, que, conforme os dados de janeiro da entidade, ficariam em apenas 1,8 milhão de toneladas, subiram para 7,9 milhões. Esse reajuste ocorre devido aos novos números de consumo, que foram 6,1 milhões de toneladas inferiores ao estimado nas últimas safras.

Com isso, a Conab sinaliza que o volume de milho existente no mercado para a passagem desse período de entressafra é maior. A safra de milho é considerada de fevereiro de um ano a janeiro do outro, e o início de ano, em geral, é de oferta menor de produto.

Mesmo com o reajuste dos números os estoques de passagem da safra que se encerra ainda são considerados baixos, devido às aceleradas exportações. Só em janeiro saíram do país 6,2 milhões de toneladas de milho.

Dificuldades da Argentina e da Ucrânia em fornecer o cereal para o mercado internacional e resistência dos produtores norte-americanos em comercializar seu produto fizeram os olhos do mundo se voltar para o Brasil.

A fonte, no entanto, está secando e, com pouca oferta de produto de fevereiro a abril, os preços do milho devem permanecer aquecidos no mercado interno. A colheita da segunda safra, a principal do país, só será iniciada a partir de maio em algumas regiões.

A queda no consumo interno nas últimas safras ocorre porque a Conab readequou o uso do cereal na produção de aves e de suínos no período conforme os dados de produção de proteínas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo a entidade governamental, o consumo humano também é inferior ao previsto anteriormente.

A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) liberou nesta quarta-feira (8) os dados de exportação de milho de janeiro. As vendas totais do país somaram 6,2 milhões de toneladas.

No topo da lista dos importadores no mês passado estão quatro países asiáticos. Japão e China importaram próximo de 275 mil toneladas cada um; Vietnã e Coreia do Sul, 180 mil cada um.

Em 2022, as exportações brasileiras atingiram o recorde de 47 milhões de toneladas, com o Irã sendo o principal importador, ao comprar 6,6 milhões de toneladas. Japão e Espanha, com 4,9 milhões, vieram a seguir.

Navio carregado com milho se prepara para deixar o porto de Santos (SP) - Eduardo Knapp - 20.ago.20/Folhapress


Safra total A produção brasileira de grãos, a depender do clima, poderá atingir 310,6 milhões de toneladas na safra 2022/23, com alta de 14% em relação à do ano passado, segundo estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Safra total 2 Soja e milho lideram. A produção da oleaginosa, não obstante os problemas de seca no Rio Grande do Sul, deverá atingir 152,8 milhões de toneladas, 22% a mais do que em 2022. A de milho vai a 123,7 milhões, com evolução de 9,4%.

Arroz O cereal mais uma vez tem recuo na produção. Serão 10,2 milhões de toneladas neste ano, 6% a menos do que em 2022. Já a safra de trigo de 2022, devido ao clima favorável no Rio Grande do Sul, ficou em 10,6 milhões de toneladas.

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