Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Seca faz RS perder 35 milhões de toneladas de soja e milho em quatro safras

Perdas somam 35% do total esperado de 101 milhões de toneladas para o período

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

As fortes estiagens que têm castigado o Rio Grande do Sul nos últimos anos provocaram uma perda de 35,4 milhões de toneladas nas últimas quatro safras, levando em consideração apenas milho e soja.

Os números são a comparação das perspectivas iniciais de produção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) com o volume colhido no final de cada safra. No caso da safra 2022/23, os dados ainda são bastante preliminares e, a continuar o clima seco no estado, a perda poderá ser ainda maior.

O potencial de produção de soja e de milho das safras 2019/20 a 2022/23 poderia chegar a 101,3 milhões de toneladas no estado, mas ficou em apenas 67,7 milhões. Isso significa que a seca destruiu um terço da produção esperada.

As perdas no campo, além de afetar os produtores, refletem em toda a economia do estado. O Rio Grande do Sul tinha o 4º maior VBP (Valor Bruto da Produção) nacional, mas, com essas quebras de safras, passou para o 5º lugar.

0
Máquinas preparam a terra para o plantio de trigo, em abril de 2022 no norte do Paraná - Mauro Zafalon - 25.abr.22/Folhapress

O VBP mede as receitas obtidas dentro da porteira pelos produtores, vindas dos 17 principais produtos agrícolas e das proteínas. Conforme dados do Ministério da Agricultura, o VBP do estado recuou para R$ 92,4 bilhões no ano passado, após ter atingido R$ 122,3 bilhões em 2021.

Essa queda de produção ocorre mesmo com grande expansão da área plantada de algumas culturas. Da safra de 2017/18 para a atual, a área de soja aumentou 16% no estado. A de milho ficou estável e a de arroz perdeu 20% de espaço.

Mais rentável e ocupando áreas que com a seca ficaram pouco produtivas para o arroz, a soja avança e, neste ano, ocupa 6,46 milhões de hectares no estado.

A área de arroz recuou para 863 mil hectares, o menor espaço dedicado ao cereal no Rio Grande do Sul desde a safra 1997/98.

Os gaúchos, que chegaram a liderar a produção de soja até meados de 1990, cedendo o lugar para os paranaenses, sofreram fortes secas nas últimas décadas. Mato Grosso lidera a produção atualmente.

Após ter atingido 9,6 milhões de toneladas em 2002/03, o volume de soja colhido no Rio Grande do Sul recuou para 2,9 milhões em 2004/05. Em 2020/21, a produção atingiu 20,8 milhões de toneladas, mas diminuiu para 9,1 milhões na safra seguinte.

Ao contrário da soja e do milho, o trigo vai bem no estado. Após cinco safras seguidas de crescimento, a produção atingiu o recorde de 5,73 milhões de toneladas em 2022.

No período de 2017 a 2022, a área de plantio aumentou 107%, e a produção, 348%, segundo dados da Conab.




Calor no RS Devido ao clima adverso no Rio Grande do Sul, a AgRural reduziu a previsão de produção de soja no país para 150,9 milhões de toneladas, uma queda de 2,1 milhões em relação à estimativa de janeiro.

Calor no RS 2 As adversidades climáticas se repetem e a agência revisou a estimativa de safra dos gaúchos para 16,1 milhões de toneladas, uma queda de 4,3 milhões em relação aos números de janeiro.

Fertilizantes Dois fatores que podem influenciar preços nos próximos meses, na avaliação dos analistas do Itaú BBA. Primeiro, Estados Unidos e Europa devem ir às compras no mercado internacional.

Fertilizantes 2 Além disso, os analistas do banco advertem também para um eventual recrudescimento da guerra entre Rússia e Ucrânia, problemas geopolíticos envolvendo a China e os preços de energia. Esses fatores também podem impactar as cotações do insumo.

Alimentos Os preços subiram, em média, 0,22% na segunda quadrissemana deste mês em São Paulo. A taxa fica acima do 0,19% do período anterior, quando tinha voltado para o menor patamar em 37 semanas.

Alimentos 2 Um dos destaques é a queda no preço do pãozinho. Já arroz, feijão e leite mantiveram alta, conforme dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.