Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu China

Chuvas na China complicam cenário mundial do arroz

Produtividade cai em importantes regiões produtoras e país importa mais

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O mercado de arroz, um dos cereais mais consumidos no mundo, passa por uma série de pressões internacionais. Os preços do produto, que estão no patamar mais elevado em dez anos, deverão continuar reagindo.

Condições climáticas adversas, pressão inflacionária e oferta menor do cereal estão levando governos de países produtores e consumidores a interferirem no mercado.

Começou com a Índia, a segunda maior produtora mundial e líder em exportações. Devido à elevação interna de preços, o governo proibiu exportações do arroz branco não bamasti em 20 de julho.

Os preços externos reagiram porque os indianos são responsáveis por 40% do volume de arroz comercializado no mercado externo. Tailândia e Vietnã vêm a seguir, com 15,3% e 13,5%, respectivamente.

Agricultores em plantação de arroz na aldeia de Hemu, província de Zhejiang, leste da China - Xie Shangguo - 17.abr.23/Xinhua

Agora é a China, que, devido a chuvas e enchentes em três das regiões produtoras do cereal, vai ter quebra de produtividade. As três regiões são responsáveis por um quinto da produção do país.

Os indianos produzem 130 milhões de toneladas, e os chineses, 150 milhões, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A Tailândia, a segunda maior exportadora mundial, pediu aos produtores que diminuam a área de arroz devido à falta de água no país.

A produção mundial de arroz deverá ficar em 521 milhões de toneladas na safra 2023/24, um volume próximo ao do consumo. O desempenho da produção chinesa dará diretrizes ao mercado, uma vez que o país é o maior consumidor mundial.

As estimativas mais recentes indicam importações de 7 milhões de toneladas pelos chineses, 13% do volume negociado no comércio internacional, que é de 56 milhões.

Arrozais na aldeia de Matou, na província chinesa de Guizhou - Yang Ying/Xinhua

No Brasil, os preços continuam subindo e estão em R$ 93,2 por saca, o maior valor nominal desde o início de 2021, período de entressafra.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reduziu a produção para 10 milhões de toneladas na safra 2023/24, conforme estimativa deste mês, mas elevou o volume de exportação para 1,7 milhão. As exportações encontram um cenário internacional favorável de preços.

Com a queda da produção interna, o Ministério da Agricultura reavaliou o VBP (Valor Bruto de Produção) do cereal para R$ 17,5 bilhões neste ano. Em 2021, chegou a R$ 20 bilhões.


Conilon As exportações brasileiras de café conilon dispararam em julho, superando em 245% as de igual mês de 2022, totalizando 505 mil sacas, segundo analistas do Rabobank.

Conilon 2 Esse avanço das exportações se deve à atual vantagem competitiva do café brasileiro, impulsionada por melhores diferenciais e por maior disponibilidade de conilon, segundo o banco.

Relação de troca Neste mês, a relação de troca à vista corresponde a 2,8 sacas de café (60 kg) por tonelada métrica de fertilizante, um aumento de 10% em relação a julho. Em comparação a agosto de 2022, no entanto, ocorre uma queda de 12%.

Relação de troca 2 Segundo avaliação do banco, a relação atual de troca permanece favorável em comparação com o patamar dos últimos cinco anos.

Safra O Rabobank prevê uma produção de 66 milhões de sacas (60 kg) na safra brasileira de 2023/24. Desse volume, 42,7 milhões de sacas são de café tipo arábica.

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