Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu alimentação União Europeia

Brasil e Vietnã reduzem espaço de concorrentes no café

Líderes em arábica e conilon, países ficam com 58% do mercado da União Europeia

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São Paulo

A liderança dos brasileiros e dos vietnamitas na produção mundial de café está restringindo a participação de outros concorrentes em mercados importantes como o da União Europeia.

Segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os dois países têm ficado com um percentual de até 58% do mercado formado pelo bloco europeu nos últimos dez anos.

Na safra 2022/23, que se iniciou em outubro do ano passado e terminou em setembro deste, o Brasil foi responsável por 32% do fornecimento do café importado pela União Europeia. O Vietnã forneceu 26%.

Imagem mostra homem em plantação de café
Névoa em plantação de café em fazenda de Cristais Paulista, região de Franca - Rafael Cautella - 18.mai.22/Folhapress

Nesta safra de 2023/24, os europeus, principais importadores mundiais de café, deverão comprar 47 milhões de sacas, acima dos 44,5 milhões do período anterior.

Os Estados Unidos, na vice-liderança mundial, compram 24 milhões de sacas, um volume também superior ao da safra anterior.

Conforme avaliação de mercado divulgada pelo Usda nesta quarta-feira (20), as exportações mundiais de café sobem para 142,2 milhões de sacas nesta safra, 6% a mais.

A produção mundial, com o aumento da safra brasileira, vai a 171,4 milhões de sacas, 4% acima da anterior. O consumo, com demanda maior da União Europeia, dos Estados Unidos, do Japão e do Brasil, sobe para 169,5 milhões.

Com isso, os estoques recuam para 26,5 milhões de sacas, o menor patamar em 12 safras, na avaliação do Usda.

As exportações de café solúvel caem para o correspondente a 17,1 milhões de sacas, abaixo dos 17,2 milhões da safra anterior. O Brasil, no entanto, ganha mercado, elevando as vendas para o correspondente a 4,3 milhões de sacas, 10% a mais, na avaliação do Usda.

CLIMA INTENSIFICA QUEBRA NA SOJA

A safra de soja de 2023/24, prevista até então em 160 milhões de toneladas, não deverá atingir esse patamar, na avaliação de analistas do Itaú BBA.

Chuvas irregulares e calor excessivo deverão derrubar em 20% a produtividade das plantas em Mato Grosso, o principal produtor do país. Com isso, a produção nacional recuaria para 153 milhões de toneladas.

Esta poderá ser a principal queda de produtividade já ocorrida no estado, que deverá ter uma produção abaixo de 40 milhões de toneladas.

Esses números mudam muita coisa no país e no exterior. A produção mundial, prevista em 400 milhões de toneladas, recua para 391 milhões.

Já as exportações brasileiras, estimadas em um volume superior a 100 milhões de toneladas, devem ficar entre 95 milhões e 96 milhões.

A quebra vai respingar nos consumidores, devido à alta de preços do grão e de seus derivados, principalmente no óleo de soja.

Os produtores rurais que ainda têm boas perspectivas de produção poderão ganhar mais pelo produto. Já os afetados pela seca vão perder renda em um ano de safra com custos elevados.

O Brasil é o maior produtor e exportador mundiais de soja, item líder da balança comercial nacional.

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