Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Caixa de laranja supera R$ 100 e tem maior preço real em 30 anos

Oferta restrita e disputa pela fruta devem manter preços aquecidos neste mês

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São Paulo

O mercado de laranja vive uma insensatez neste ano, diz um participante do setor. A avaliação se baseia nos novos números do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), divulgados nesta terça-feira (19), e que apontam a laranja pera no maior patamar de preços em 30 anos.

Segundo o órgão de pesquisas, a caixa da fruta de 40,8 kg atingiu o patamar médio de R$ 100 em algumas regiões do estado de São Paulo neste mês.

É o maior valor real da laranja desde que o Cepea iniciou o acompanhamento de preços, em 1994. Os valores médios mensais são deflacionados pelo IGP-DI.

Fernanda Geraldini, pesquisadora do Cepea, afirma que os preços acelerados ocorrem devido à pequena oferta e à demanda aquecida. O setor está na entressafra e a oferta de laranja precoce é pequena.

A disputa de laranja pela indústria, embora muitas estejam paradas neste período de entressafra, ajuda a manter os preços elevados, segundo a pesquisadora.

Um representante do mercado diz que não dá para a indústria moer laranja a esse preço. Ainda é cedo para dimensionar o rendimento industrial, mas se a indústria ficar na média anual e utilizar 280 caixas para obter uma tonelada de suco, estaria gastando R$ 28 mil apenas com o custo da matéria-prima.

Esse valor gasto representaria US$ 5.600 por tonelada de suco. Teriam de ser acrescentados, ainda, os custos de armazenagem, logística, transferência de estoques e contábeis A conta sairia salgada para o consumidor.

Unidade da Critrosuco em Araraquara - Márcia Ribeiro/Folhapressd

Geraldini diz que neste mês não há uma tendência de queda nesses preços, uma vez que só a partir de maio e de junho a oferta de laranja aumenta.

Segundo a pesquisadora, a safra de laranja deste ano não deve ser muito diferente da anterior. O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê uma retração de 1%.

São números ainda iniciais, mas se for confirmada a tendência de queda, a reposição dos estoques de suco fica ainda mais difícil. A presença do greening e o calor forte no segundo semestre de 2023 dificultam uma expansão da safra.

No final de 2023, os estoques de suco das empresas brasileiras eram de 464 mil toneladas, um pouco acima dos de 2022, mas o segundo menor da série histórica da CitrusBr (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos). Há uma década, o volume superava 1 milhão de toneladas.

Trigo O cereal avança no cerrado, e a Boa Safra, empresa especializada em sementes e em biotecnologia, aposta na região. Pesquisas e inovações em biotecnologia permitem à empresa colocar cultivares adaptadas ao solo e ao clima e resistentes a doenças e a pragas.

Rotação De acordo com Suzanna Gigo, coordenadora de sementes de feijão e trigo da Boa Safra, a cultura do trigo tem sido uma ótima opção para a rotação de cultura.

Rotação 2 Para a coordenadora, a rotação permite uma redução de nematoides, de plantas daninhas, rotação de moléculas de herbicidas e cobertura de solo, contribuindo para a cultura sucessora.

Cultivares No portfólio estão cultivares com PH adequado para a indústria moageira, ciclo superprecoce, boa tolerância ao brusone, além de opção para mescla de farinhas, segundo a empresa.

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